O IFÁ E A ORGANIZAÇÃO DO DESTINO

 

Por Marcelo Bolshaw Gomes

 

Mesmo sendo um processo onde a identidade é produzida predominantemente por freqüências rítmicas e cromáticas, o Candomblé não é apenas um conjunto de referências audiovisuais, mas também, de referências degustativas, olfativas e táteis (as comidas, incensos e ervas). Na verdade, essas referências cinestésicas literalmente ‘alimentam’ as freqüências audiovisuais, através de oferendas e sacrifícios, as linguagens simbólicas necessitam ser nutridas de energia psíquica, o Axé. Vejamos suas principais referências simbólicas.


ORIXÁ SUA COR SAUDAÇÃO DOMÍNIO ELEMENTO
Oxalá  Branco  Axé Babá! A Criação  O CÉU
Yemanjá  Branco e Prata  Odoiá!  A Maternidade  O MAR
Iroko  Branco e Cinza  Iroko i só!  O Tempo  GAMALEIRA (árvore)
Oxumaré Vermelho e Amarelo Arô Boboi!  A Alternância dos Opostos  O ARCO-ÍRIS E A COBRA
Omulú Branco e Preto   Atotô!  Sofrimento e dor  A DOENÇA
 Nanã Burukê   Roxo Salubá!  A Morte  LAMA, LODO PÂNTANOS
Ibeji Várias Cores Vivas  Bejê Orô!  Os Jogos  CRIANÇAS
Logunedé Amarelo e Azul Claro  Logum ou Oriki! A Caça e a Pesca  RIOS E FLORESTA
Obá  Amarelo e Vermelho  Obá Xireê!  A Culinária  CACHOEIRAS
Oxum  Amarelo  Ora ieiê!  A Beleza  ÁGUA DOCE
Iansã Marrom Avermelho Epahei!  Os mortos  A TEMPESTADE
Xangô Vermelho e Branco  Kauô-Kabisselê!  Raio e Trovão (Justiça)  PEDRAS E MONTES
Ossaim Azul e Vermelho  Ue-eô!   Cura e Liturgia  FOLHAS
Oxossi  Verde e Azul Claro Okê Arô!  Animais da Floresta  MATAS
Ogum Azul Escuro  Ogunhê! Caminhos e Guerra  FERRO
Exú Preto e Vermelho  Laroiê!  Portas e Encruzilhadas  FOGO

 Ao processo ritualístico pelo qual se liga um corpo material à energia de um determinado orixá, chama-se ‘assentamento’. Por redução, o termo é utilizado para designar objetos (pedras, amuletos, instrumentos ritualísticos) que representam cada orixá, depois de um ritual onde a energia mística da entidade seja concentrada nos seus corpos. O fetiche mais comum é o ‘otá’ (pedra). Ele fica mergulhado em líquidos e substâncias, guardadas em pequenos frascos (as quartinhas) vedadas com panos coloridos com símbolos bordados, dependendo do orixá. Os líquidos mais comuns são o mel, o azeite-de-dendê e a água macerada com ervas do santo. São utilizadas águas de diferentes procedências: água do mar, dos rios, da chuva, etc., Os líquidos ou ‘Abós’ são preparados ritualmente com algumas gotas de sangue animal e com cantos secretos que apenas os Babalorixás conhecem. Há casos, no entanto, como na água de Xangô, que é preparada a apartir de uma ‘pedra de raio’ (meteorito), em que o otá é que imanta o líquido da quartinha. 

Todos assentamentos são periodicamente alimentados por sacrifícios e oferendas características de cada entidade, de forma a re-energizá-lo do seu Axé específico. Tal energia é armazenada nos pontos centrais do terreiro e utilizada  para dinamizar novos objetos ritualísticos ou para a manifestação das entidades em seus filhos. Assim, por extensão, o termo ‘assentamento’ também se refere à pedra fundamental do terreiro (onde por ocasião da inauguração são enterrados diversos objetos referentes ao santo da casa) e ao processo de iniciação ritual de um filho no santo (ou Iaô), para designar o momento em que a força mística do orixá é fixada na cabeça de um participante do culto. Temos, portanto três tipos de assentamentos distintos e três esferas de realimentação energética.

 Todos candomblés tradicionais têm assentamentos da casa (1), aqueles pertencentes ao orixá a que o terreiro é dedicado. Estes assentamentos são enterrados por ocasião da cerimônia de inauguração do local, na pedra fundamental da casa ou sob o ‘Ixé’, um mastro central onde se asteia a bandeira com os símbolos gráficos do orixá padroeiro. Na entrada de todos terreiros, costuma existir uma Gameleira-Branca, árvore consagrada a Iroko (o Tempo), que é plantada segundo rituais prescritos e também deve ser considerada um assentamento da casa. Este orixá responde pelas mudanças climáticas e meteorológicas, é uma espécie de guardião do terreiro. Caso exista no local a presença de outras forças naturais (cachoeiras, rios, pedreiras, etc.) também podem haver assentamentos específicos para os orixás correspondentes.

De uma forma geral, estes assentamentos são alimentados Ossé anual - que é uma grande festa de limpeza do altar e de todo terreiro, quando são servidos alimentos ritualísticos especiais para todos os orixás - e nas festas públicas de cada um dos santos, conforme o calendário litúrgico tradicional. 


DATA SANTO DO DIA CELEBRAÇÃO
20 de janeiro São Sebatião  Festa de Omulú (BA) e Oxossi (RJ)
02 de fevereiro  N. Sra. das Candeias  Festa de Yemanjá (BA)
23 de abril São Jorge  Festa de Ogum (RJ) e Oxossi (BA)
13 de junho Santo Antônio Festa de Ogum (BA)
24 de junho São João Batista Festa de Xangô
29 de junho S. Pedro e S. Paulo  Festa de Oxalá
26 de julho N. Sra. de Sant’ana  Festa de Nanã Burukê
24 de agosto São Bartolomeu Festa de Oxumaré
27 de setembro Cosme e Damião  Festa dos Ibeji
30 de setembro São Jerônimo Festa de Xangô
02 de novembro Finados Festa de Todos os Santos
04 de dezembro Santa Bárbara Festa de Yansã
08 de dezembro Virgem da Conceição Festa de Oxum

Apesar do caráter semi-matriarcal das culturas africanas, o calendário litúrgico original do candomblé era marcado pelo advento das quatro estações climáticas, com o solstício de inverno (junho) dedicado aos principais orixás masculinos (Ogum, Xangô, Oxalá) e o solstício de verão (dezembro) consagrado aos orixás femininos (Iansã, Oxum, Yemanjá). Nunca houve um único calendário para o culto dos orixás. no Brasil, a fiscalização que os feitores das fazendas onde trabalhavam os escravos africanos exerciam e a repressão em geral aos cultos do candomblé fizeram com que os negros se adaptassem, da maneira que puderam, suas festas às cerimônias católicas.  

 Existem ainda no âmbito do terreiro: a tronqueira, o assentamento do Exú protetor da casa, e o Ilê-Saim, a casa dos mortos (eguns) que ainda estão identificados à vida material. Esses assentamentos, que ficam sempre fora da área do terreiro consagrada aos orixás, não são alimentados anualmente, mas sim conforme o ciclo lunar de 28 dias e o ciclo diário das marés. No candomblé, o Exú é a entidade que apresenta a freqüência mais densa do espectro (vermelho e preto), a única capaz de estabelecer uma ligação entre os homens e os orixás. Por isso, ele é requisitado para iniciar todas operações rituais do culto. Cada orixá tem seus próprios exús, que funcionam como servos ou mensageiros, possibilitando o contato com as entidades. Portanto, antes de qualquer oferenda para os santos, também é sempre feito um sacrifício aos exús correspondentes. O objetivo deste sacrifícios é manter atuantes os axés dos assentamentos, as forças místicas dos orixás. O sangue, juntamente com o álcool e a sexualidade, são veículos materiais que emitem as vibrações indispensáveis aos exús e aos desencarnados em geral atuarem no plano material e também, no sentido inverso, aos homens penetrarem em outros estados de percepção e consciência.

 O assentamento de um orixá em  um ser humano é realizada através de um processo cerimonial chamado de ‘iniciação’. Estes processos são alimentados por obrigações, oferendas individuais de cada iniciado aos seus orixás tutelares ou a uma entidade com a qual esteja momentaneamente desarmonizado. Além das cerimônias anuais do calendário litúrgico, existe um dia da semana consagrado a cada orixá, que pode ser usado para a entrega de obrigações individuais, feitas de comidas ofertadas e da realização de sacrifícios animais.

 As restrições alimentares também condicionam simbolicamente esta identidade permanente entre os homens e os deuses: as proibições consistem em não consumir as substâncias que vibram na mesma freqüência do santo a que se está identificado. Apenas no processo de iniciação estas substâncias são ritualmente ingeridas. Após este período, as comidas características de cada orixá são interditadas a seus filhos. Caso o indivíduo não obedeça a estas restrições alimentares a que se encontra submetido e realize uma ‘auto-antropofagia simbólica’, ele sofrerá as quizilas (sensação de nojo, mal-estar). Pelo mesmo motivo, a manutenção da identidade psíquica entre o Orixá e o iniciado, eram considerados incestuosos os casamentos entre os filhos de um mesmo santo. Na África, visto que os candomblés eram verdadeiras identidades étnicas e haverem laços reais de parentesco entre os grupos que cultuavam uma mesma entidade, esta proibição tinha um sentido genético, além de cultural e intersubjetivo.

 Mas não se deve pensar que os homens são prisioneiros de um comportamento estereotipado, meros instrumentos passivos dos deuses: “o santo também é possuído por seus filhos”, que têm um papel ativo, tecendo relações complexas entre os orixás e a comunidade, multiplicando as relações entre as próprias entidades. O discurso dos iniciados traduz esta reciprocidade claramente. Do mesmo modo que se fala do ‘seu’ santo, costuma-se comentar também que ‘se é o próprio santo’: “o Xangô de fulano é rebelde”; e inversamente: “Beltrano é um dos Ogum da casa”. Ou seja: ao mesmo tempo que os deuses são designados como propriedades dos seus filhos, os iniciados também são propriedades dos orixás com que estão identificados. Ocorre, assim, um jogo constante de trocas entre o indivíduo concreto e o princípio abstrato que ele manifesta. Há, portanto, uma reciprocidade simbólica muito dinâmica entre a entidade e a pessoa.

E é esta reciprocidade que se desenvolve simultaneamente em três níveis - o ciclo anual de ‘firmeza’ da casa, o ciclo mensal de realimentação energética dos fetiches e dos abôs, e o ciclo semanal das obrigações individuais decorrentes da iniciação. E este último ciclo, no entanto, acabou simplificando todo sistema múltiplo e selvagem do Ifá em um sistema de sete vibrações principais. 

Hoje as comidas e plantas não são mais classificadas segundo seus lugares no espaço/tempo mítico, mas sim em relação as faixas vibratórias de um corpo universalizado. A passagem do sistema múltiplo, selvagem e territorial dos Orixás no Candomblé para as sete linhas da Umbanda segue um caminho de enquadramento e síntese das freqüências no modelo de correspondência do Ocidente, como no caso dos sete dias da semana, em detrimento das datas locais e da  territorialidade. 


DIA DA SEMANA  ORIXÁ  SACRIFÍCIO OFERENDAS
Segunda-Feira Exú

Omulú
 Nanã 
Frangos pretos, galinhas d’angola e bodes pretos
Bode, porco e galo
Cabra e galinha 
Farofa de Dendê, mel e cachaça
Aberém (bolo de milho ou arroz, Doburú (pipoca sem sal) e Latipa (folhas de mostarda cozidas)
Anderê (vatapá de feijão fradinho) e também as comidas de Omulú, Iroko e Oxumaré
Terça-Feira Ogum
Oxumaré
Iroko
Galo
Bode, galo ou galinha
Galo ou carneiro
Inhame assado, acarajé e feijoada com cerveja
Feijão com milho, Gururu, camarão com azeite e cebola
 Ajabó (quiabos picados com mel e milho branco com feijão
Quarta-Feira Xangô
Iansã 
Galo ou carneiro
Cabra e galinha 
Amalá (caruru de quiabos), acarajé comprido e farofa de mandioca com feijão e arroz
Acarajé e Amalá com 14 quiabos
Quinta-Feira Oxossi
Ossaim
Logunedé 
Bode, porco e galo
Bode e galo
Odá (bode castrado)
Feijão preto torrado, axoxó e inhame
Fumo, mel e farofa
Omolocum (pasta de feijão, camarão, ovos, cebola com dendê. Pratos de Oxum e Oxossi
Sexta-Feira Oxalá Cabra, pombos, galinhas brancas  Açaça de arroz com mel, ebó de milho branco
Sábado Yemanjá
Oxum
Patas, cabras e galinhas brancas
Cabra, galinhas e patas 
Ebó de milho branco, arroz, mel e angú
Omolocum, xinxins de galinhas, Adum e Ipeté.
Domingo Ibeji  Frangos de leite  Carurú, vapatá, doces e balas

Assim toda estrutura litúrgica do culto aos orixás no candomblé pode ser resumida como o processo de, ritualisticamente, acumular, e em seguida transmitir, axé para os Iaôs (2) em três níveis: o ciclo anual de ‘firmeza’ da casa, o ciclo mensal de realimentação energética dos fetiches e dos abôs, e o ciclo diário das obrigações individuais decorrentes da iniciação.

 No centro de todas essas relações que compõem a ‘economia energética’ do candomblé está Ifá, o Orixá do Destino (3). O jogo oracular mais comum é constituído por l6 búzios (pequenas conchas). O pai-no-santo agita os búzios nas mãos e lança-os dentro de um círculo, formado por colares de diversos orixás. O búzio pode cair ‘aberto’ ou ‘fechado’, ou seja, com sua face onde há uma fenda ou com o lado liso. Cada uma dessas ‘caídas’ é uma manifestação de um orixá e tem um significado próprio, já que, conforme a ordenação resultante, pode-se determinar qual deles está respondendo.

 Todos os aspectos da vida são suscetíveis de codificação por cada um dos orixás que se manifestam no jogo. Os deuses se tornam assim o princípio de classificação dos acontecimentos: cada um governa um acontecimento-tipo. Além da ordenação dos búzios (abertos e fechados), que determina a entidade que preside cada resposta, a configuração - ou o modo particular como os búzios se distribuíram no espaço geometricamente - também é fundamental para a leitura, pois corresponde à ‘organização energética’ do inconsciente do indivíduo frente a uma força matriz. O conjunto dos dois fatores, ordenação e configuração, chama-se odú ou sina. O Sistema de Ifá embora bastante contestada por pesquisadores posteriores, a relação recolhida e apresentada por Roger Bastide e Pierre Verger, hoje é utilizada e até citada por alguns cartomantes como sendo a tradicional. 


ENTIDADE BÚZIOS ENTIDADE BÚZIOS
Exú 01 abertos e 15 fechados Obá 15 abertos e 01 fechados
Ibeji 02 abertos e 14 fechados Oxumaré 14 abertos e 02 fechados
Ogum 03 abertos e 13 fechados  Omulú  13 abertos e 03 fechados
Xangô 04 abertos e 12 fechados Ossaim 12 abertos e 04 fechados
Yemanjá  05 abertos e 11 fechados   Logunedé 11 abertos e 05 fechados
Yansã 06 abertos e 10 fechados  Oxum 10 abertos e 06 fechados
Oxossi 07 abertos e 09 fechados  Nanã 09 abertos e 07 fechados
Oxalá 08 abertos e 08 fechados Lance nulo 16 abertos ou fechados

Dessa forma, a ordenação aberto-fechado determina que orixá está falando e a configuração espacial dos búzios indica o que ele está dizendo. Através de sucessivas jogadas, chega-se , então, a uma espécie de inventário do que está acontecendo à pessoa, não apenas em relação aos seus orixás tutelares, ‘os donos de sua cabeça’, mas também como outras entidades estão influindo positiva ou negativamente em sua vida, quais são as suas tendências recorrentes e as possibilidades diante do destino. Geralmente são propostos trabalhos e obrigações para o re-equilíbrio energético.

 As respostas são decifradas através de lendas e das estórias dos deuses - que são transmitidas de geração em geração através da tradição oral. Por isso, ‘jogar búzios’ requer não somente bastante intuição para interpretar as diferentes configurações formadas pelas forças-matrizes, mas também um conhecimento oral do conjunto da tradição mítica dos orixás e do seu universo simbólico. O sacerdote de Ifá era, originariamente, chamado de Babalaô.  Eles eram os historiadores orais da cultura africana. Sua iniciação era muito mais complexas que as outras, pois não envolvia a identificação com um único arquétipo e o desenvolvimento de suas características na personalidade do iniciando, mas sim o aprendizado de séculos de conhecimento armazenado pelo culto. Hoje os zeladores de santo (4) em geral manejam o oráculo.

Aliás, duas perspectivas contemporâneas hoje se desenvolvem: o resgate do patrimônio simbólico do candomblé e a reinvenção das tradições pela Umbanda. O resgate do simbolismo tradicional do candomblé, ganhou grande impulso nos anos 90, com trabalhos de pesquisa e reconstituição tanto de histórias e lendas míticas, mas principalmente do próprio sistema do Ifá (5). E é como vimos: no Xireé, a ordem seqüencial de apresentação durante o ritual, é quando melhor se observa como os Orixás formam as freqüências de rede do Candomblé enquanto linguagem simbólica: cada entidade é um feixe de referentes simbólicos, cada orixá tem sua cor, suas músicas, sua dança e, ao mesmo tempo, corresponde a um tipo de comportamento humano específico e a uma faixa vibratória da Natureza. 

A Umbanda, por sua vez, adota a escala musical séptupla e o espectro cromático da luz no arco-íris: as sete linha da umbanda, onde cabem, em diferentes patamares, todos os orixás, mensageiros, energias. Há uma virtualização das identidades simbólicas-genéticas em identidades simbólicas- culturais. É o sistema de classificação das referências alimentares e audiovisuais dos orixás (o Ifá) transformado em sistema de classificação de referências psicológicas da personalidade. O Axé foi personalizado e os orixás tornaram-se progressivamente 'máscaras', tipos de pessoas e/ou aspectos psicológicos da personalidade, não apenas dos vivos mas também dos mortos.

Mas há diferentes níveis de aplicação desses critérios. Em alguns centros que tanto trabalham com Umbanda quanto com Candomblé ('Nação'), costuma-se dizer que "Orixá não incorpora, irradia". Porém, ao se tratar do Orixá Ibeji e das 'crianças' da Umbanda a diferença é apenas conceitual. Aliás, muitas o 'estado de erê' é mais um estágio do transe do que uma freqüência específica. O mesmo também pode ser dito sobre os pretos-velhos e os orixás mais idosos Nanã, Oxaguiã, Omulú. Essas experiências de transe nos remetem mais aos arquétipos juguianos da 'criança interior' e do 'velho sábio' (elementos de dramatização dos diferentes momentos da vida) do que propriamente de diferentes combinações dos aspectos psicológicos da personalidade. Há também várias interpretações e analogias possíveis entre a linguagem astrológica e do Ifá, como a que compara o orixá de cabeça com o signo solar e adjunto como ascendente, ou aspecto secundário da personalidade. Outros preferem ler os orixás como planetas e os aspectos como relacionamentos míticos entre eles. 


OS ORIXÁS E OS SETE PLANETAS

OXALÁ SOL ESPIRITUALIDADE
YEMANJÁ LUA SENSIBILIDADE
OMULÚ SATURNO SEVERIDADE/LIMITES
XANGÔ JÚPITER GENEROSIDADE
OGUM MARTE AGRESSIVIDADE
OXUM VÊNUS SEXUALIDADE
EXU MERCÚRIO COMUNICAÇÃO/TRANSPORTE

 

NOTAS

(1) Sobre assentamentos v. <http://orbita.starmedia.com/via/~xandi-rs/index.html>

(2) Glossário de Candomblé <http://www.geocities.com/SoHo/Lofts/6052/html/glossario.html>

(3) Ifá, o Orixá do Destino <http://www.geocities.com/Athens/Troy/2494/ifa.htm>

(4) Um exemplo positivo: <http://orbita.starmedia.com/~ileasesango/>

(5) Destacamos o trabalho de Nelson Pires Filho e Fábio Escada, entre outros.

 

Outros Links sobre o Ifá


 Efunmoyiwa

 Baba Fasina

Ifa-Adebi Orunmila