A CHAVE DO APOCALIPSE 2
Jan Val Ellam
II.
Entendendo o Apocalipse.
Para
o que pretende este estudo demonstrar, podemos dividir o Apocalipse da
seguinte maneira:
1.
A primeira parte referente as mensagens enviadas às sete igrejas,
simbolizando com este número, a totalidade de todas as agremiações
terrenas e, em última instância, a todos os que vivem na Terra.
2.
O anúncio profético dos fatos futuros divididos em sete grupos de
acontecimentos, sendo cada um desses grupos o que o evangelista chamaria de
“selo”, existindo, portanto, os sete selos do Apocalipse. No sétimo e
último selo estão contidas as sete trombetas. Entre a sexta e a sétima
trombeta está inserida a "Execução dos Decretos do Pequeno Livro
Aberto" onde, por sua vez, são descritas as chamadas sete taças da
cólera de Deus. É exatamente entre a sexta e a sétima trombeta onde
estão situados os acontecimentos ocorridos no ano de 2001.
Assim,
os sete selos referem-se aos grupos de acontecimentos que devem ocorrer até
o prometido retorno de Jesus.
3.
Após a chegada de Jesus começa a edificação do reino de amor do Pai
Celestial com o início do processo de convivência entre os que vivem na
Terra e os seres de outras moradas celestiais.
4.
Epílogo, onde o evangelista atesta o recebimento das mensagens e conclui a
revelação da vinda do Senhor, repetindo a sua promessa de retornar à
Terra.
O
grande problema de entendimento do Apocalipse como um todo reside nas
dificuldades em descortinar as mensagens da sua segunda parte, ou seja, dos
conjuntos proféticos selados que foram abertos para que João pudesse
profetizar.
Não
é objetivo do presente estudo, esclarecer as nuanças proféticas que
cercam as revelações dos seis primeiros selos, o que poderá vir a ser
feito em outra oportunidade. Ressalte-se, por necessário, que urge o
entendimento por parte da humanidade dos dias que correm a partir do ano
2001, para que possam todos se preparar convenientemente para o que ainda
está por vir, sendo este o objetivo maior do presente estudo.
Assim,
é importante que se parta da premissa de que todos os acontecimentos
previstos nos seis primeiros selos já aconteceram ou tiveram as suas
possibilidades proféticas já superadas, pois que as profecias predispõem,
mas não impõem e, assim sendo, nem tudo o que foi vaticinado realmente
chega a ocorrer. Como exemplo maior desse aspecto, podemos citar o fato de
que existiam no passado, profecias referentes à destruição de Sodoma e de
Gomorra como também à de Nínive. Para esta última, foi enviado o profeta
Jonas que avisou a iminente destruição da cidade, caso os seus habitantes
não fizessem penitência ou, em outras palavras, não se esforçassem por
mudar de atitude. Os moradores de Nínive fizeram a penitência solicitada
por Jonas e a cidade foi poupada. Já os habitantes de Sodoma e de Gomorra
não modificaram as suas atitudes, o que teria criado ambiente propício a
destruição daquelas cidades.
É
importante também notar que, o evangelista, ao abrir o chamado sétimo
selo, percebeu que ao final do tempo e dos acontecimentos previstos para
aquele selo, o Senhor retornaria. Desta forma, resolveu subdividir este selo
em sete grupos de ocorrências aos quais chamou de sete trombetas. E como
tudo culminaria com o retorno do Senhor Jesus, João simbolizou a
importância desse fato sendo anunciado pelo tocar das trombetas pelos anjos
anunciadores do novo evento crístico na Terra. Por isso, cada anjo toca uma
trombeta, até o retorno glorioso do Senhor.
Entre
a sexta e a sétima trombeta — esta última anunciando a chegada iminente
de Jesus — ocorre uma série de acontecimentos espetaculares (para a
ótica de João) que lhe foram apresentados à parte do contexto profético,
e que, no apocalipse, aparecem como sendo a “Execução dos Decretos do
Pequeno Livro Aberto”. E é aqui que reside o que mais interessa a atual
geração que está vivendo na Terra, pois os acontecimentos descritos
referem-se aos problemas ocorridos desde o último dia 11 de setembro de
2001 e aos que estão ocorrendo e ainda por ocorrerem, até que se consume o
retorno de Jesus no seu papel de ser cósmico vivendo além das fronteiras
terrenas, para religar a Terra à convivência cósmica com as demais
moradas siderais.
Vamos
a análise dos fatos e das descrições apocalípticas.
III. As chaves e o estilo das revelações apocalípticas.
Observação
estratégica: para facilitar a compreensão, focalizando a atenção no que
mais importa, daqueles que buscam perceber os aspectos espirituais e
cósmicos por trás da limitada ótica comum a vida terrena, aqui somente
serão ofertadas algumas das chaves para o entendimento referentes aos
toques da quinta, da sexta e da sétima trombetas do sétimo e último selo.
É
importante ressaltar que, conforme descrição do próprio João, o seu
espírito foi "arrebatado aos céus", maneira pela qual teve
acesso as informações que posteriormente revelaria no livro Apocalipse.
Assim, imaginemos, por exemplo, que o apóstolo João, ao relembrar-se das
revelações que lhe foram feitas quando do seu contato com o Senhor e suas
hostes angelicais durante o arrebatamento, ao lhe ter sido mostrado um fato
que ocorreria cerca de dois mil anos depois — um avião ou mesmo uma frota
de aviões em combate —, diante do seu entendimento da época, como ele
iria descrever o que estava vendo? Com que palavras iria narrar os fatos que
se desenrolavam diante de sua percepção?
Hoje,
para nós, avião é a coisa comum, porém, para aquela época, como podia o
cérebro de alguém entender tal coisa?
João
chamou-os de “gafanhotos”, na quinta trombeta.
“O
aspecto desses gafanhotos era o de cavalos aparelhados para a guerra. Nas
suas cabeças havia uma espécie de coroa com reflexos dourados. Seus rostos
eram como rostos de homem, seus cabelos como os de mulher, e seus dentes
como os dentes de leão. Seus tórax pareciam envoltos em ferro, e o ruído
de suas asas era como o ruído de carros de muitos cavalos, correndo para a
guerra. Tinham caudas semelhantes à do escorpião, com ferrões e o poder
de afligir os homens por cinco meses.” (Apocalipse 9, 7–10)
Imaginemos,
agora, que para o cérebro de João que jamais vira uma construção
elevada, a única referência que tinha para essas coisas era a idéia
cerebral que havia feito ao ter notícias, através dos estudos e das
narrativas históricas do povo judeu, da já lendária questão para aquela
época da Torre da Babilônia (de Babel). Este aspecto facilmente nos conduz
a conclusão de que, qualquer construção vertical com proporções
singulares, poderia ser denominada por ele como sendo a Torre da Babilônia,
Babilônia — local da torre — ou mesmo Torre de Babel. Assim, vamos
supor o evangelista tendo acesso as imagens das quedas das torres do World
Trade Center, em Nova York. Como ele descreveria aqueles tristes
acontecimentos? Com que palavras ele poderia se referir a tais fatos
atordoantes para a sua concepção de mundo e de vida, à época em que
viveu?
Prestemos,
agora, atenção, ao que João descreve como sendo os acontecimentos entre o
final da sexta trombeta e o início da sétima.
“Depois
disso vi descer do céu outro anjo que tinha grande poder, e a terra foi
iluminada por sua glória. Clamou em alta voz, dizendo: “Caiu, caiu
Babilônia, a grande”...; “porque todas as nações beberam do vinho da
ira de sua luxúria, pecaram com ela os reis da terra, e os mercadores da
terra se enriqueceram com o excesso do seu luxo.” (Apocalipse
18, 2–3) Elementos observados: a queda das torres; o imperialismo
econômico e político, com aspectos de um processo de globalização
sustentado em princípios cujos valores exaltam o capital e desprezam a vida
humana, reduzindo-a a um mero exercício de mais valia financeira; e o
poderio exercido no resto do mundo pelo maior centro financeiro do planeta,
a cidade de Nova York.
“Hão
de chorar e lamentar-se por sua causa os reis da terra que com ela se
contaminaram e pecaram quando avistarem a fumaça do seu incêndio. Parados
ao longe, de medo de seus tormentos, eles dirão: “Ai, ai da grande
cidade, Babilônia, cidade poderosa! Bastou um momento para tua execução!”
(Apocalipse 18, 9-10) Elementos
observados: postura dos demais líderes mundiais diante da queda das torres;
a queda repentina das mesmas.
“Também
os negociantes da terra choram e se lamentam a seu respeito, porque já não
há ninguém que lhes compre os carregamentos: carregamento de ouro e prata,
pedras preciosas e pérolas, linho e púrpura, seda e escarlate, bem como de
toda espécie de madeira odorífera, objetos de marfim e madeira preciosa;
de bronze, ferro e mármore; de cinamonio e essência; de aromas, mirra e
incenso; de vinho e óleo, de farinha e trigo, de animais de carga, ovelhas,
cavalos e carros, escravos e outros homens. Eis que o bom tempo de tuas
paixões animalescas se escoou. Toda a magnificência e todo o brilho se
apagou, e jamais serão reencontrados. Os mercadores destas coisas, que
delas se enriqueceram, pararão ao longe, de medo de seus tormentos, e hão
de chorar e lamentar-se, dizendo: “Ai, ai da cidade, a grande, que se
revestia do linho, púrpura e escarlate, toda ornada de ouro, pedras
preciosas e pérolas. Num só momento toda essa riqueza foi devastada.”
(Apocalipse 18, 11-17) Elementos observados: durante vários dias a bolsa de
Nova York parou, diversos negócios deixaram de ser realizados;
preocupação do evangelista em listar todas as mercadorias que ele conhecia
ao tempo em que viveu, para simbolizar o poderio econômico do centro
financeiro representado pela cidade de Nova York e, em especial
pelas duas torres que ruíram.
“Todos
os pilotos e todos os navegantes, os marinheiros e todos os que trabalham no
mar paravam ao longe e exclamavam, ao ver a fumaça do incêndio: “Que
havia de comparável a esta grande cidade?”E lançavam pó sobre as
cabeças chorando e lamentando-se com estas palavras: “Ai, ai da grande
cidade de cuja opulência se enriqueceram todos os que tinham navios no mar.
Bastou um momento para ser arrasada”. (Apocalipse
18, 17-19) Elementos observados: pilotos de aviões além de comandantes e
tripulantes de navios que, ao longe, observavam a fumaça das torres e
depois da derrocada de ambas; o pó e os detritos provenientes das quedas
das torres cobrindo literalmente milhares de pessoas que estavam próximas
ao local dos problemas ocorridos; a ênfase em Nova York como centro de comércio
para as nações que participam do circuito dos negócios mundiais; a
rapidez com que as torres ruíram.
“Então
um anjo poderoso tomou uma pedra do tamanho de uma grande mó de moinho e
lançou-a no mar, dizendo: “Com tal ímpeto será precipitada Babilônia,
a grande cidade, - e jamais será encontrada.” (Apocalipse
18, 21) Aqui se observa um anjo demonstrando com ênfase a João como as
torres cairiam. É importante perceber que os seres que procuravam
simbolizar os acontecimentos profetizados foram todos chamados por João de
"anjos".
Portanto,
estas são algumas das passagens constantes no Apocalipse que se referem aos
fatos ocorridos no mês de setembro de 2001. Na verdade, muito mais poderia
aqui ser citado. Mas não é este o objetivo do presente estudo. Se tivermos
conseguido deixar claro ao menos a possibilidade de que realmente os fatos
ocorridos encontram padrões de referência sólidos nos aviso proféticos,
já teremos atingido o objetivo a que nos propomos: a de chamar a atenção
para um evento tido por muitos como algo impossível de acontecer e para
outros, algo que esperam mesmo que aconteçam, mas sobre o qual não fazem a
menor idéia de como seria, que é o prometido retorno daquele que na Terra
ficou conhecido como Jesus.
Assim,
é importante observar que os acontecimentos anteriormente referidos,
conforme a ótica de interpretação da qual estamos partindo, serão
seguidos de mais três eventos distintos, facilmente observados como
descritos no Apocalipse:
1.
Conflito gerado a partir do ataque terrorista entre “...os reis da
terra com os seus exércitos reunidos para fazerem guerra ao cavaleiro e ao
seu exército”. (Apocalipse 19, 19). Mas, aqui, é importante que
ressaltemos que este fato ocorre ao mesmo tempo em que um “exército
celeste” já se põe a postos em outras paragens, como que observando os
acontecimentos terrenos, prestes a se deixar perceber pelos que vivem na
Terra.
Observemos
as palavras eleitas por João para se referir a fatos que ocorriam fora do
contexto terreno, enquanto que na Terra algumas forças entravam em
conflito, após os ataques ocorridos nos Estados Unidos.
“Vi
ainda o céu aberto: eis que aparece um cavalo branco. Seu cavaleiro
chama-se Fiel e Verdadeiro, e é com justiça que ele julga e guerreia. Tem
olhos flamejantes. Há em sua cabeça muitos diademas, e traz escrito um
nome que ninguém conhece, senão ele. Está vestido com um manto tinto de
sangue, e o seu nome é o Verbo de Deus.” (Apocalipse
19, 11-13) João descreve a aproximação, junto ao nosso mundo, de um
cortejo celestial comandado por aquele que na Terra ficou conhecido como
Jesus. Este se apresenta na forma existencial normal ao seu estado de
autoridade celeste, e com o seu "nome cósmico" universalmente
conhecido.
“Seguiam-no
em cavalos brancos os exércitos celestes, vestidos de linho fino e de uma
brancura imaculada. De sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as
nações pagãs, porque ele deve governá-las com cetro de ferro e pisar o
largar do vinho da ardente ira de Deus Dominador. Ela traz escrito no manto
e na coxa: “Rei dos reis e Senhor dos senhores!” (Apocalipse
19, 15-16) João continua a descrever os assessores celestiais
presentes no cortejo e, ao perceber que eles estão se deslocando em
"alguma coisa", por não encontrar maiores referenciais diante
daquela tecnologia que jamais vira na Terra, denominou as “coisas” nas
quais aqueles seres se aproximaram da Terra, como sendo “cavalos brancos”,
pretendendo simbolizar o meio de transporte mais nobre que ele concebia
conforme os valores do seu tempo, procurando deixar absolutamente claro que
o comando era exercido por aquele a quem ele conhecera como Jesus.
“Eu
vi a fera e os reis da terra com os seus exércitos reunidos para fazerem a
guerra ao cavaleiro e ao seu exército. Mas a fera foi presa, e com ela o
falso profeta, que realizara prodígios sob o seu controle, com os quais
seduzira aqueles que tinham recebido o sinal da fera e se tinham prostrado
diante de sua imagem. Ambos foram lançados vivos no lago de fogo sulfuroso.
Os restantes foram mortos pelo Cavaleiro com a espada que lhe saía da boca.
E todas as árvores fartaram-se de suas carnes.”
(Apocalipse 19, 19-21). O evangelista refere-se às forças em conflito e
deixamos ao critério dos que por si mesmo possam analisar as expressões e
os fatos que se seguem nas páginas do Apocalipse, referentes aos
personagens citados. A eterna narrativa do embate empreendido pelas forças
trevosas diante da luz do esclarecimento espiritual. O evangelista coloca a
seu mestre na função de “cavaleiro pelejando motivado por nobres ideais”,
afirmando que os seus ensinamentos triunfarão ante as forças da
ignorância presentes em todos os lados envolvidos na questão.
Ao
mesmo tempo em que tudo isso acontece, com a aproximação do cortejo
celeste, inicia-se o julgamento geral de todos os que viveram e vivem na
Terra, evento celeste que marca os primeiros momentos do cumprimento da
promessa feita por Jesus de aqui retornar para pessoalmente presidir esses
acontecimentos.
2.
O Triunfo das Testemunhas do Cristo.
Em
algum tempo, durante o desenrolar das últimas etapas dos acontecimentos
conseqüentes à queda da Babilônia, eis o que o evangelista descreve como
sendo o último evento digno de nota, conforme a sua apreciação pessoal,
antes da já iminente chegada de Jesus.
“Foi-me
dada uma vara semelhante a uma vara de agrimensor, e disseram-me: “Levanta-te!
Mede o templo de Deus e o altar com seus adoradores. O átrio fora do
templo, porém, deixa-o de lado e não o meças: foi dado aos gentios, que
hão de calcar aos pés a cidade santa por quarenta e dois meses. Mas
incumbirei às minhas duas testemunhas, vestidas de saco, de profetizarem,
por mil duzentos e sessenta dias. São eles as duas oliveiras e os dois
candelabros que se mantêm diante do Senhor da terra.”
(Apocalipse 11, 1-4) Aqui o profeta refere-se ao fato de que foi-lhe dado
observar quantos, entre os que viviam na Terra, já estavam aptos (tendentes
ao bem) à convivência fraterna entre os seres. Aqueles, porém, que
estavam fora do circuito espiritual dos que já se podiam considerar como
ungidos pelo amor do Pai, teriam ainda “um tempo” para serem
esclarecidos pelas duas testemunhas, quanto as lições eternas legadas ao
mundo pelo Mestre dos Mestres. O objetivo dessa última etapa antes da
chegada de Jesus e, com isso, a consumação do julgamento denominado de
Juízo Final, é exatamente a de fornecer uma espécie de última
oportunidade para que cada um se defina, de uma vez por todas, diante do “Livro
da Vida”, assumindo definitivamente os valores eternos do amor e do
esclarecimento espiritual, deixando assim de vincular-se às posturas
empedernidas das forças trevosas que entronizam a ignorância e o orgulho
espiritual como sendo a tônica de suas atitudes.
Quanto
aos demais versículos deste capítulo, antes que chegue a hora em que o
sétimo anjo deve tocar a sétima trombeta, também deixaremos a critério
da análise de cada um, por não ser a preocupação central do presente
estudo.
3.
O toque da sétima trombeta anunciando o retorno de Jesus.
Ainda
no capítulo 11 do Apocalipse, denominado como o “Triunfo das Testemunhas
de Cristo”, soa a última trombeta e ocorre o cumprimento da promessa
feita por Jesus quando ele viveu na Terra: a de que um dia retornaria na sua
forma celestial, cercado por suas hostes angelicais, para edificar o reino
de amor e de paz do Pai Celestial.
“O
sétimo anjo tocou a trombeta. Ressoaram então no céu altas vozes que
diziam: “O Império de nosso Senhor e de seu Cristo estabeleceu-se sobre o
mundo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” (Apocalipse
11, 15). Quem tiver ouvidos, ouça.
Observações
Finais.
Um
dos principais enigmas quanto a correta postura para se entender o roteiro
dos fatos vaticinados no Apocalipse refere-se ao que particularmente
denominamos como sendo o “fator da simultaneidade”. Se não for levado
em questão, dificilmente se poderá ter uma compreensão razoável quanto
ao que verdadeiramente o profeta pretendeu simbolizar. Mas o que é o fator
da simultaneidade? Provavelmente nasceu, em primeiro lugar, devido a
incapacidade cerebral do apóstolo João em entender o desenrolar dos fatos
que lhe foram demonstrados em uma ordem lógica para o seu raciocínio; em
segundo, pela dificuldade descritiva do apóstolo e de seus discípulos,
quando da formulação das idéias e da arquitetura da narração, na nobre
tentativa de não deixar sem a devida abordagem, qualquer dos fatos
proféticos avaliados como importantes.
Assim,
ao que julgamos entender, algumas das descrições presentes nos conjuntos
dos acontecimentos por trás das aberturas dos seis selos, descrevem fatos,
personagens, instituições, cidades e nações simultaneamente referidas
quando das narrativas referentes ao soar das seis primeiras trombetas pelos
anjos, como também quando outro grupo de anjos mostram as sete taças da
ira de Deus. Além disso, as mesmas ocorrências são também simultâneas
abordadas em partes específicas de alguns capítulos, como por exemplo, o
“derramamento da sétima taça”, “Castigo de Babilônia”, “Vitória
de Cristo sobre as feras”, “Sorte do Dragão”, “Julgamento Geral”,
“Triunfo das Testemunhas de Cristo”, acontecimentos estes que têm uma
"interseção temporal" no presente ano de 2001. Assim, por mais
estranho ou mesmo paradoxal que possa parecer, todos os epítetos citados
referem-se a fatos que se entrelaçam e que estão correndo simultaneamente,
alguns já há algum tempo; outros já consumados, tendo, porém, suas
conseqüências ainda atuantes como fatores de geração de novos fatos no
presente; alguns outros que já tiveram início com o desenrolar de suas
etapas iniciais, estando todo esse contexto fortemente marcado nos dias do
ano 2001 e nos que se seguem.
Outro aspecto que muito tem confundido os estudiosos é o fato do evangelista ter colocado os "Decretos do Pequeno Livro Aberto" como uma espécie de apêndice, após o que João relata ser o último acontecimento de sua profecia: que é a chegada de Jesus. Assim ele agiu provavelmente procurando não alterar o roteiro do entendimento quanto a uma possível ordem nos eventos profetizados.
****************
Concluindo,
obriga-nos o senso moral a informar que estes escritos foram realizados nas
madrugadas dos dias 26, 27 e 28 de outubro de 2001, e não chegaram a passar
por nenhum processo de revisão, o que pode acarretar imprecisões e erros
diversos, pelo que nos desculpamos. Solicitados a logo divulgá-los, por
questões outras dificilmente percebidas pelo senso comum, estimamos que
venham a valer bem mais pela reflexão que possam semear naqueles que buscam
do que propriamente pela forma, no que somos os primeiros a realçar a
ausência de qualquer preocupação com estilo.
O
propósito maior, além de provocar a necessária postura reflexiva em
relação aos avisos de há muito dados, como também diante dos fatos do
presente e dos que porventura poderão nos envolver no futuro — e que
foram, desde os tempos bíblicos, também vaticinados —, é o de
simplesmente chamar a atenção para o iminente retorno do Mestre Jesus, na
sua real condição de ser excelso e de autoridade cósmica, que vive em
moradas que se situam muito além do horizonte da atual percepção humana.
Muitos
mestres cósmicos vieram à Terra, dando as suas contribuições para o
progresso planetário. Moisés, Lao-Tsé, Zoroastro, Sidarta Gautama, Jesus,
Maomé e demais mestres espirituais que, através de suas contribuições
filosóficas e pelos seus testemunhos singulares, cujos legados terminaram
por semear as religiões que hoje marcam o panorama terrestre, todos eles
marcaram o mundo com a essência das suas fragrâncias espirituais
eternizadas nos livros sagrados das muitas religiões. Todos eles
trabalharam em prol de um único objetivo: o de promover a redenção
espiritual desta humanidade. Porém, somente um deles prometeu retornar,
além de ter procurado oferecer um roteiro lógico quanto aos fatos futuros,
para que se pudesse atinar com os tempos profetizados, quando estes fossem
chegados. E eis que os tempos são chegados. E somente a promessa de Jesus
de aqui retornar é o único elo que temos com o futuro, pelo menos no que
se refere ao conjunto das profecias feitas nos tempos bíblicos.
O
que mais importa, por trás da prometida volta de Jesus, é o fato de todos
na Terra, independente da religião que atualmente professem — e mesmo de
professarem alguma, já que valemos pelo amor que carregamos no coração
— voltarem a conviver com seres de outros orbes, marcando um fim ao
isolamento pelo qual passa o nosso planeta diante do cosmos, desde tempos
imemoriais. Apenas caberá ao Mestre Jesus, em nome de todos os grandes
mestres que já viveram na Terra, a coordenação amorosa dos instantes da
renovação pelos quais passa o nosso lar planetário.
Nada
de fim de mundo com a sua volta e nem muito menos a ocorrência de
acontecimentos negativos. Estes são promovidos pela nossa própria incúria
espiritual, jamais por seres evoluídos e que amam incondicionalmente. Tão
evoluídos são que provavelmente somente se deixarão mostrar para que
tenhamos a certeza absoluta de que não estamos sós no universo. Mas eles
sabem que, enquanto aqui estiverem, todos ficarão sob a influência de suas
presenças vibratórias, o que nos impediria de produzir o necessário
progresso do nosso mundo, responsabilidades esta indelegável e
intransferível.
Nenhum
ser de fora virá fazer o que cabe ao homem e a mulher terrestres
realizarem: o progresso material e espiritual do nosso mundo, baseado no
esforço e no mérito moral de seus habitantes. Por isso, eles logo sairão
do contexto terreno, prometendo para breve o retorno contínuo de muitas
equipes, que virão visitar e conviver com os seus irmãos e irmãs
terráqueos, na medida em que formos aprendendo realmente a amar uns aos
outros, postura básica e essencial ao exercício pleno da cidadania
cósmica, aspecto comum aos seres evoluídos.
Portanto,
que sejamos caminhantes que jamais se detêm na tentativa de entender a vida
e o mundo que nos cerca, procurando nos afastar da ignorância que a tudo
obscurece, e na busca da consecução do Ideal de Fraternidade entre os que
vivem na Terra.
FIM