A CHAVE DO APOCALIPSE 2

 

Jan Val Ellam

Grupo Atlan

 

II. Entendendo o Apocalipse.

Para o que pretende este estudo demonstrar, podemos dividir o Apocalipse da seguinte maneira:

1. A primeira parte referente as mensagens enviadas às sete igrejas, simbolizando com este número, a totalidade de todas as agremiações terrenas e, em última instância, a todos os que vivem na Terra.

2. O anúncio profético dos fatos futuros divididos em sete grupos de acontecimentos, sendo cada um desses grupos o que o evangelista chamaria de “selo”, existindo, portanto, os sete selos do Apocalipse. No sétimo e último selo estão contidas as sete trombetas. Entre a sexta e a sétima trombeta está inserida a "Execução dos Decretos do Pequeno Livro Aberto" onde, por sua vez, são descritas as chamadas sete taças da cólera de Deus. É exatamente entre a sexta e a sétima trombeta onde estão situados os acontecimentos ocorridos no ano de 2001.

Assim, os sete selos referem-se aos grupos de acontecimentos que devem ocorrer até o prometido retorno de Jesus.

3. Após a chegada de Jesus começa a edificação do reino de amor do Pai Celestial com o início do processo de convivência entre os que vivem na Terra e os seres de outras moradas celestiais.

4. Epílogo, onde o evangelista atesta o recebimento das mensagens e conclui a revelação da vinda do Senhor, repetindo a sua promessa de retornar à Terra.

O grande problema de entendimento do Apocalipse como um todo reside nas dificuldades em descortinar as mensagens da sua segunda parte, ou seja, dos conjuntos proféticos selados que foram abertos para que João pudesse profetizar.

Não é objetivo do presente estudo, esclarecer as nuanças proféticas que cercam as revelações dos seis primeiros selos, o que poderá vir a ser feito em outra oportunidade. Ressalte-se, por necessário, que urge o entendimento por parte da humanidade dos dias que correm a partir do ano 2001, para que possam todos se preparar convenientemente para o que ainda está por vir, sendo este o objetivo maior do presente estudo.

Assim, é importante que se parta da premissa de que todos os acontecimentos previstos nos seis primeiros selos já aconteceram ou tiveram as suas possibilidades proféticas já superadas, pois que as profecias predispõem, mas não impõem e, assim sendo, nem tudo o que foi vaticinado realmente chega a ocorrer. Como exemplo maior desse aspecto, podemos citar o fato de que existiam no passado, profecias referentes à destruição de Sodoma e de Gomorra como também à de Nínive. Para esta última, foi enviado o profeta Jonas que avisou a iminente destruição da cidade, caso os seus habitantes não fizessem penitência ou, em outras palavras, não se esforçassem por mudar de atitude. Os moradores de Nínive fizeram a penitência solicitada por Jonas e a cidade foi poupada. Já os habitantes de Sodoma e de Gomorra não modificaram as suas atitudes, o que teria criado ambiente propício a destruição daquelas cidades.

É importante também notar que, o evangelista, ao abrir o chamado sétimo selo, percebeu que ao final do tempo e dos acontecimentos previstos para aquele selo, o Senhor retornaria. Desta forma, resolveu subdividir este selo em sete grupos de ocorrências aos quais chamou de sete trombetas. E como tudo culminaria com o retorno do Senhor Jesus, João simbolizou a importância desse fato sendo anunciado pelo tocar das trombetas pelos anjos anunciadores do novo evento crístico na Terra. Por isso, cada anjo toca uma trombeta, até o retorno glorioso do Senhor.

Entre a sexta e a sétima trombeta — esta última anunciando a chegada iminente de Jesus — ocorre uma série de acontecimentos espetaculares (para a ótica de João) que lhe foram apresentados à parte do contexto profético, e que, no apocalipse, aparecem como sendo a “Execução dos Decretos do Pequeno Livro Aberto”. E é aqui que reside o que mais interessa a atual geração que está vivendo na Terra, pois os acontecimentos descritos referem-se aos problemas ocorridos desde o último dia 11 de setembro de 2001 e aos que estão ocorrendo e ainda por ocorrerem, até que se consume o retorno de Jesus no seu papel de ser cósmico vivendo além das fronteiras terrenas, para religar a Terra à convivência cósmica com as demais moradas siderais.

Vamos a análise dos fatos e das descrições apocalípticas.

III. As chaves e o estilo das revelações apocalípticas.

Observação estratégica: para facilitar a compreensão, focalizando a atenção no que mais importa, daqueles que buscam perceber os aspectos espirituais e cósmicos por trás da limitada ótica comum a vida terrena, aqui somente serão ofertadas algumas das chaves para o entendimento referentes aos toques da quinta, da sexta e da sétima trombetas do sétimo e último selo.

É importante ressaltar que, conforme descrição do próprio João, o seu espírito foi "arrebatado aos céus", maneira pela qual teve acesso as informações que posteriormente revelaria no livro Apocalipse. Assim, imaginemos, por exemplo, que o apóstolo João, ao relembrar-se das revelações que lhe foram feitas quando do seu contato com o Senhor e suas hostes angelicais durante o arrebatamento, ao lhe ter sido mostrado um fato que ocorreria cerca de dois mil anos depois — um avião ou mesmo uma frota de aviões em combate —, diante do seu entendimento da época, como ele iria descrever o que estava vendo? Com que palavras iria narrar os fatos que se desenrolavam diante de sua percepção?

Hoje, para nós, avião é a coisa comum, porém, para aquela época, como podia o cérebro de alguém entender tal coisa?

João chamou-os de “gafanhotos”, na quinta trombeta.

“O aspecto desses gafanhotos era o de cavalos aparelhados para a guerra. Nas suas cabeças havia uma espécie de coroa com reflexos dourados. Seus rostos eram como rostos de homem, seus cabelos como os de mulher, e seus dentes como os dentes de leão. Seus tórax pareciam envoltos em ferro, e o ruído de suas asas era como o ruído de carros de muitos cavalos, correndo para a guerra. Tinham caudas semelhantes à do escorpião, com ferrões e o poder de afligir os homens por cinco meses.” (Apocalipse 9, 7–10)

Imaginemos, agora, que para o cérebro de João que jamais vira uma construção elevada, a única referência que tinha para essas coisas era a idéia cerebral que havia feito ao ter notícias, através dos estudos e das narrativas históricas do povo judeu, da já lendária questão para aquela época da Torre da Babilônia (de Babel). Este aspecto facilmente nos conduz a conclusão de que, qualquer construção vertical com proporções singulares, poderia ser denominada por ele como sendo a Torre da Babilônia, Babilônia — local da torre — ou mesmo Torre de Babel. Assim, vamos supor o evangelista tendo acesso as imagens das quedas das torres do World Trade Center, em Nova York. Como ele descreveria aqueles tristes acontecimentos? Com que palavras ele poderia se referir a tais fatos atordoantes para a sua concepção de mundo e de vida, à época em que viveu?

Prestemos, agora, atenção, ao que João descreve como sendo os acontecimentos entre o final da sexta trombeta e o início da sétima.

“Depois disso vi descer do céu outro anjo que tinha grande poder, e a terra foi iluminada por sua glória. Clamou em alta voz, dizendo: “Caiu, caiu Babilônia, a grande”...; “porque todas as nações beberam do vinho da ira de sua luxúria, pecaram com ela os reis da terra, e os mercadores da terra se enriqueceram com o excesso do seu luxo.” (Apocalipse 18, 2–3) Elementos observados: a queda das torres; o imperialismo econômico e político, com aspectos de um processo de globalização sustentado em princípios cujos valores exaltam o capital e desprezam a vida humana, reduzindo-a a um mero exercício de mais valia financeira; e o poderio exercido no resto do mundo pelo maior centro financeiro do planeta, a cidade de Nova York.

“Hão de chorar e lamentar-se por sua causa os reis da terra que com ela se contaminaram e pecaram quando avistarem a fumaça do seu incêndio. Parados ao longe, de medo de seus tormentos, eles dirão: “Ai, ai da grande cidade, Babilônia, cidade poderosa! Bastou um momento para tua execução!” (Apocalipse 18, 9-10) Elementos observados: postura dos demais líderes mundiais diante da queda das torres; a queda repentina das mesmas.

“Também os negociantes da terra choram e se lamentam a seu respeito, porque já não há ninguém que lhes compre os carregamentos: carregamento de ouro e prata, pedras preciosas e pérolas, linho e púrpura, seda e escarlate, bem como de toda espécie de madeira odorífera, objetos de marfim e madeira preciosa; de bronze, ferro e mármore; de cinamonio e essência; de aromas, mirra e incenso; de vinho e óleo, de farinha e trigo, de animais de carga, ovelhas, cavalos e carros, escravos e outros homens. Eis que o bom tempo de tuas paixões animalescas se escoou. Toda a magnificência e todo o brilho se apagou, e jamais serão reencontrados. Os mercadores destas coisas, que delas se enriqueceram, pararão ao longe, de medo de seus tormentos, e hão de chorar e lamentar-se, dizendo: “Ai, ai da cidade, a grande, que se revestia do linho, púrpura e escarlate, toda ornada de ouro, pedras preciosas e pérolas. Num só momento toda essa riqueza foi devastada.” (Apocalipse 18, 11-17) Elementos observados: durante vários dias a bolsa de Nova York parou, diversos negócios deixaram de ser realizados; preocupação do evangelista em listar todas as mercadorias que ele conhecia ao tempo em que viveu, para simbolizar o poderio econômico do centro financeiro representado pela cidade de Nova York e, em especial  pelas duas torres que ruíram.

“Todos os pilotos e todos os navegantes, os marinheiros e todos os que trabalham no mar paravam ao longe e exclamavam, ao ver a fumaça do incêndio: “Que havia de comparável a esta grande cidade?”E lançavam pó sobre as cabeças chorando e lamentando-se com estas palavras: “Ai, ai da grande cidade de cuja opulência se enriqueceram todos os que tinham navios no mar. Bastou um momento para ser arrasada”. (Apocalipse 18, 17-19) Elementos observados: pilotos de aviões além de comandantes e tripulantes de navios que, ao longe, observavam a fumaça das torres e depois da derrocada de ambas; o pó e os detritos provenientes das quedas das torres cobrindo literalmente milhares de pessoas que estavam próximas ao local dos problemas ocorridos; a ênfase em Nova York como centro de comércio para as nações que participam do circuito dos negócios mundiais; a rapidez com que as torres ruíram.

 “Então um anjo poderoso tomou uma pedra do tamanho de uma grande mó de moinho e lançou-a no mar, dizendo: “Com tal ímpeto será precipitada Babilônia, a grande cidade, - e jamais será encontrada.” (Apocalipse 18, 21) Aqui se observa um anjo demonstrando com ênfase a João como as torres cairiam. É importante perceber que os seres que procuravam simbolizar os acontecimentos profetizados foram todos chamados por João de "anjos".

Portanto, estas são algumas das passagens constantes no Apocalipse que se referem aos fatos ocorridos no mês de setembro de 2001. Na verdade, muito mais poderia aqui ser citado. Mas não é este o objetivo do presente estudo. Se tivermos conseguido deixar claro ao menos a possibilidade de que realmente os fatos ocorridos encontram padrões de referência sólidos nos aviso proféticos, já teremos atingido o objetivo a que nos propomos: a de chamar a atenção para um evento tido por muitos como algo impossível de acontecer e para outros, algo que esperam mesmo que aconteçam, mas sobre o qual não fazem a menor idéia de como seria, que é o prometido retorno daquele que na Terra ficou conhecido como Jesus.

Assim, é importante observar que os acontecimentos anteriormente referidos, conforme a ótica de interpretação da qual estamos partindo, serão seguidos de mais três eventos distintos, facilmente observados como descritos no Apocalipse:

1. Conflito gerado a partir do ataque terrorista entre “...os reis da terra com os seus exércitos reunidos para fazerem guerra ao cavaleiro e ao seu exército”. (Apocalipse 19, 19). Mas, aqui, é importante que ressaltemos que este fato ocorre ao mesmo tempo em que um “exército celeste” já se põe a postos em outras paragens, como que observando os acontecimentos terrenos, prestes a se deixar perceber pelos que vivem na Terra.

Observemos as palavras eleitas por João para se referir a fatos que ocorriam fora do contexto terreno, enquanto que na Terra algumas forças entravam em conflito, após os ataques ocorridos nos Estados Unidos.

“Vi ainda o céu aberto: eis que aparece um cavalo branco. Seu cavaleiro chama-se Fiel e Verdadeiro, e é com justiça que ele julga e guerreia. Tem olhos flamejantes. Há em sua cabeça muitos diademas, e traz escrito um nome que ninguém conhece, senão ele. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome é o Verbo de Deus.” (Apocalipse 19, 11-13) João descreve a aproximação, junto ao nosso mundo, de um cortejo celestial comandado por aquele que na Terra ficou conhecido como Jesus. Este se apresenta na forma existencial normal ao seu estado de autoridade celeste, e com o seu "nome cósmico" universalmente conhecido.

“Seguiam-no em cavalos brancos os exércitos celestes, vestidos de linho fino e de uma brancura imaculada. De sua boca sai uma espada afiada, para com ela ferir as nações pagãs, porque ele deve governá-las com cetro de ferro e pisar o largar do vinho da ardente ira de Deus Dominador. Ela traz escrito no manto e na coxa: “Rei dos reis e Senhor dos senhores!” (Apocalipse 19, 15-16) João continua a descrever os assessores celestiais presentes no cortejo e, ao perceber que eles estão se deslocando em "alguma coisa", por não encontrar maiores referenciais diante daquela tecnologia que jamais vira na Terra, denominou as “coisas” nas quais aqueles seres se aproximaram da Terra, como sendo “cavalos brancos”, pretendendo simbolizar o meio de transporte mais nobre que ele concebia conforme os valores do seu tempo, procurando deixar absolutamente claro que o comando era exercido por aquele a quem ele conhecera como Jesus.

“Eu vi a fera e os reis da terra com os seus exércitos reunidos para fazerem a guerra ao cavaleiro e ao seu exército. Mas a fera foi presa, e com ela o falso profeta, que realizara prodígios sob o seu controle, com os quais seduzira aqueles que tinham recebido o sinal da fera e se tinham prostrado diante de sua imagem. Ambos foram lançados vivos no lago de fogo sulfuroso. Os restantes foram mortos pelo Cavaleiro com a espada que lhe saía da boca. E todas as árvores fartaram-se de suas carnes.” (Apocalipse 19, 19-21). O evangelista refere-se às forças em conflito e deixamos ao critério dos que por si mesmo possam analisar as expressões e os fatos que se seguem nas páginas do Apocalipse, referentes aos personagens citados. A eterna narrativa do embate empreendido pelas forças trevosas diante da luz do esclarecimento espiritual. O evangelista coloca a seu mestre na função de “cavaleiro pelejando motivado por nobres ideais”, afirmando que os seus ensinamentos triunfarão ante as forças da ignorância presentes em todos os lados envolvidos na questão.

Ao mesmo tempo em que tudo isso acontece, com a aproximação do cortejo celeste, inicia-se o julgamento geral de todos os que viveram e vivem na Terra, evento celeste que marca os primeiros momentos do cumprimento da promessa feita por Jesus de aqui retornar para pessoalmente presidir esses acontecimentos.

2. O Triunfo das Testemunhas do Cristo.

Em algum tempo, durante o desenrolar das últimas etapas dos acontecimentos conseqüentes à queda da Babilônia, eis o que o evangelista descreve como sendo o último evento digno de nota, conforme a sua apreciação pessoal, antes da já iminente chegada de Jesus.

“Foi-me dada uma vara semelhante a uma vara de agrimensor, e disseram-me: “Levanta-te! Mede o templo de Deus e o altar com seus adoradores. O átrio fora do templo, porém, deixa-o de lado e não o meças: foi dado aos gentios, que hão de calcar aos pés a cidade santa por quarenta e dois meses. Mas incumbirei às minhas duas testemunhas, vestidas de saco, de profetizarem, por mil duzentos e sessenta dias. São eles as duas oliveiras e os dois candelabros que se mantêm diante do Senhor da terra.” (Apocalipse 11, 1-4) Aqui o profeta refere-se ao fato de que foi-lhe dado observar quantos, entre os que viviam na Terra, já estavam aptos (tendentes ao bem) à convivência fraterna entre os seres. Aqueles, porém, que estavam fora do circuito espiritual dos que já se podiam considerar como ungidos pelo amor do Pai, teriam ainda “um tempo” para serem esclarecidos pelas duas testemunhas, quanto as lições eternas legadas ao mundo pelo Mestre dos Mestres. O objetivo dessa última etapa antes da chegada de Jesus e, com isso, a consumação do julgamento denominado de Juízo Final, é exatamente a de fornecer uma espécie de última oportunidade para que cada um se defina, de uma vez por todas, diante do “Livro da Vida”, assumindo definitivamente os valores eternos do amor e do esclarecimento espiritual, deixando assim de vincular-se às posturas empedernidas das forças trevosas que entronizam a ignorância e o orgulho espiritual como sendo a tônica de suas atitudes.

Quanto aos demais versículos deste capítulo, antes que chegue a hora em que o sétimo anjo deve tocar a sétima trombeta, também deixaremos a critério da análise de cada um, por não ser a preocupação central do presente estudo.

3. O toque da sétima trombeta anunciando o retorno de Jesus.

Ainda no capítulo 11 do Apocalipse, denominado como o “Triunfo das Testemunhas de Cristo”, soa a última trombeta e ocorre o cumprimento da promessa feita por Jesus quando ele viveu na Terra: a de que um dia retornaria na sua forma celestial, cercado por suas hostes angelicais, para edificar o reino de amor e de paz do Pai Celestial.

“O sétimo anjo tocou a trombeta. Ressoaram então no céu altas vozes que diziam: “O Império de nosso Senhor e de seu Cristo estabeleceu-se sobre o mundo, e ele reinará pelos séculos dos séculos.” (Apocalipse 11, 15). Quem tiver ouvidos, ouça.

Observações Finais.

Um dos principais enigmas quanto a correta postura para se entender o roteiro dos fatos vaticinados no Apocalipse refere-se ao que particularmente denominamos como sendo o “fator da simultaneidade”. Se não for levado em questão, dificilmente se poderá ter uma compreensão razoável quanto ao que verdadeiramente o profeta pretendeu simbolizar. Mas o que é o fator da simultaneidade? Provavelmente nasceu, em primeiro lugar, devido a incapacidade cerebral do apóstolo João em entender o desenrolar dos fatos que lhe foram demonstrados em uma ordem lógica para o seu raciocínio; em segundo, pela dificuldade descritiva do apóstolo e de seus discípulos, quando da formulação das idéias e da arquitetura da narração, na nobre tentativa de não deixar sem a devida abordagem, qualquer dos fatos proféticos avaliados como importantes.

Assim, ao que julgamos entender, algumas das descrições presentes nos conjuntos dos acontecimentos por trás das aberturas dos seis selos, descrevem fatos, personagens, instituições, cidades e nações simultaneamente referidas quando das narrativas referentes ao soar das seis primeiras trombetas pelos anjos, como também quando outro grupo de anjos mostram as sete taças da ira de Deus. Além disso, as mesmas ocorrências são também simultâneas abordadas em partes específicas de alguns capítulos, como por exemplo, o “derramamento da sétima taça”, “Castigo de Babilônia”, “Vitória de Cristo sobre as feras”, “Sorte do Dragão”, “Julgamento Geral”, “Triunfo das Testemunhas de Cristo”, acontecimentos estes que têm uma "interseção temporal" no presente ano de 2001. Assim, por mais estranho ou mesmo paradoxal que possa parecer, todos os epítetos citados referem-se a fatos que se entrelaçam e que estão correndo simultaneamente, alguns já há algum tempo; outros já consumados, tendo, porém, suas conseqüências ainda atuantes como fatores de geração de novos fatos no presente; alguns outros que já tiveram início com o desenrolar de suas etapas iniciais, estando todo esse contexto fortemente marcado nos dias do ano 2001 e nos que se seguem.

Outro aspecto que muito tem confundido os estudiosos é o fato do evangelista ter colocado os "Decretos do Pequeno Livro Aberto" como uma espécie de apêndice, após o que João relata ser o último acontecimento de sua profecia: que é a chegada de Jesus. Assim ele agiu provavelmente procurando não alterar o roteiro do entendimento quanto a uma possível ordem nos eventos profetizados.

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Concluindo, obriga-nos o senso moral a informar que estes escritos foram realizados nas madrugadas dos dias 26, 27 e 28 de outubro de 2001, e não chegaram a passar por nenhum processo de revisão, o que pode acarretar imprecisões e erros diversos, pelo que nos desculpamos. Solicitados a logo divulgá-los, por questões outras dificilmente percebidas pelo senso comum, estimamos que venham a valer bem mais pela reflexão que possam semear naqueles que buscam do que propriamente pela forma, no que somos os primeiros a realçar a ausência de qualquer preocupação com estilo.

O propósito maior, além de provocar a necessária postura reflexiva em relação aos avisos de há muito dados, como também diante dos fatos do presente e dos que porventura poderão nos envolver no futuro — e que foram, desde os tempos bíblicos, também vaticinados —, é o de simplesmente chamar a atenção para o iminente retorno do Mestre Jesus, na sua real condição de ser excelso e de autoridade cósmica, que vive em moradas que se situam muito além do horizonte da atual percepção humana.

Muitos mestres cósmicos vieram à Terra, dando as suas contribuições para o progresso planetário. Moisés, Lao-Tsé, Zoroastro, Sidarta Gautama, Jesus, Maomé e demais mestres espirituais que, através de suas contribuições filosóficas e pelos seus testemunhos singulares, cujos legados terminaram por semear as religiões que hoje marcam o panorama terrestre, todos eles marcaram o mundo com a essência das suas fragrâncias espirituais eternizadas nos livros sagrados das muitas religiões. Todos eles trabalharam em prol de um único objetivo: o de promover a redenção espiritual desta humanidade. Porém, somente um deles prometeu retornar, além de ter procurado oferecer um roteiro lógico quanto aos fatos futuros, para que se pudesse atinar com os tempos profetizados, quando estes fossem chegados. E eis que os tempos são chegados. E somente a promessa de Jesus de aqui retornar é o único elo que temos com o futuro, pelo menos no que se refere ao conjunto das profecias feitas nos tempos bíblicos.

O que mais importa, por trás da prometida volta de Jesus, é o fato de todos na Terra, independente da religião que atualmente professem — e mesmo de professarem alguma, já que valemos pelo amor que carregamos no coração — voltarem a conviver com seres de outros orbes, marcando um fim ao isolamento pelo qual passa o nosso planeta diante do cosmos, desde tempos imemoriais. Apenas caberá ao Mestre Jesus, em nome de todos os grandes mestres que já viveram na Terra, a coordenação amorosa dos instantes da renovação pelos quais passa o nosso lar planetário.

Nada de fim de mundo com a sua volta e nem muito menos a ocorrência de acontecimentos negativos. Estes são promovidos pela nossa própria incúria espiritual, jamais por seres evoluídos e que amam incondicionalmente. Tão evoluídos são que provavelmente somente se deixarão mostrar para que tenhamos a certeza absoluta de que não estamos sós no universo. Mas eles sabem que, enquanto aqui estiverem, todos ficarão sob a influência de suas presenças vibratórias, o que nos impediria de produzir o necessário progresso do nosso mundo, responsabilidades esta indelegável e intransferível.

Nenhum ser de fora virá fazer o que cabe ao homem e a mulher terrestres realizarem: o progresso material e espiritual do nosso mundo, baseado no esforço e no mérito moral de seus habitantes. Por isso, eles logo sairão do contexto terreno, prometendo para breve o retorno contínuo de muitas equipes, que virão visitar e conviver com os seus irmãos e irmãs terráqueos, na medida em que formos aprendendo realmente a amar uns aos outros, postura básica e essencial ao exercício pleno da cidadania cósmica, aspecto comum aos seres evoluídos.

Portanto, que sejamos caminhantes que jamais se detêm na tentativa de entender a vida e o mundo que nos cerca, procurando nos afastar da ignorância que a tudo obscurece, e na busca da consecução do Ideal de Fraternidade entre os que vivem na Terra.

FIM