Somente
para o mesmo sexo
Leonardo Bruno Gamberoni
O homossexualismo no Brasil não sofre preconceitos radicais como em
algumas sociedades, mas também não tem amparo legislativo como em paises
desenvolvidos. Nós estamos atrasados quanto a respeito de leis que protejam
aqueles que optaram pelo mesmo sexo.
O preconceito está enraizado em nossa sociedade, principalmente entre pessoas que possui pouca escolaridade. O preconceito dispensado aos homossexuais é diferente ao preconceito racial disfarçado. Os homossexuais são insultados por grupos, geralmente jovens que fazem parte de “gangs”, muitas vezes os insultos transformam-se em agressões físicas, que podem acabar em mortes – como foi o caso recente do amestrador de cães em Belo Horizonte que passeava de mãos dadas com seu namorado e foi espancado ate morrer por um grupo de skinheads. Nesses casos, o único motivo para ser hostilizado é querer agir naturalmente, é querer ser você mesmo.
Nas grandes cidades, para refugiar-se, os
homossexuais procuram freqüentar sempre os mesmos ambientes formando assim,
guetos onde eles são fortes e uns protegem os outros. Mas muitas vezes isto não
funciona, pois os jovens que lutam para “livrar a sociedade das minorias”
como, por exemplo, os carecas estão sempre em grupos de, geralmente, 30 pessoas
armados de soco inglês - artefato de ferro que se usa nas mãos para
potencializar os murros dispensados aos seus oponentes – bastões de madeira
ou ferro, canivetes, correntes com bolas de ferro em uma das extremidades em
busca de mais uma vitima. Foi assim que o amestrador morreu, ele estava em uma
praça freqüentada, a noite, apenas por casais gays. Com a percepção da
chegada dos carecas, os casais fugiram, mas ele não conseguiu, e foi espancado
até morrer, com varias fraturas expostas e traumatismo craniano.
É na lei que os homossexuais se sentem mais desamparados.
Se um casal, por exemplo, pensar em unir-se perante a lei e garantir os
direitos reservados aos casais – planos de saúde com dependência, herança,
pensão, e outros – não poderá faze-lo no Brasil, terá, quem sabe,
naturalizar-se norte americano, casar-se e viver seu matrimonio no solo de outro
país.
Existe um projeto de leis no congresso que busca a interação
dos casais homossexuais a sociedade, este projeto é liderado pela deputados
federal paulista Marta Suplicy, mas já esta há três anos no congresso e não
foi estudada ainda pelos seus colegas congressistas. Averiguamos com o tabelião
Ricardo Pereira dos Santos do fórum de Natal, Rio Grande do Norte, sobre as
condições legislativas relacionadas aos casais homossexuais. “Não é
previsto por leis a solução deste comportamento. O casamento homossexual não
pode ocorrer em nosso país”. Afirma o tabelião, “não existe como alguém
recorrer à justiça e pedir auxilio médico, pensão por ter se separado ou seu
cônjuge ter morrido”, Diz.
Embora que tardio, segundo o tabelião, o projeto de leis para
solucionar este problema social, “não é completo e não desenrola e já está
para ser votado faz mais de três anos e ainda não saiu do canto”, afirma
ele.
Atitudes discriminatórias contra pessoas. Atos provindos de
opiniões formadas antes mesmo de possuir conhecimentos suficientes.
Isto é o preconceito, sentimento dos menos nobres, e o mais dispensado
aos homossexuais. É a modificação
desta consciência que se deve trabalhar para que, pessoas de opções
diferentes das da maioria, não se vejam obrigadas ao isolamento.