APRENDIZ DE JORNALISTA
JORNAL ON LINE LABORATÓRIO UFRN JULHO 2003


 

 

ÁLCOOL - Abuso de destruição Social

 

            Essa idéia de que o álcool é um agente desinibidor, relaxante e que só vem a proporcionar uma maior harmonia entre amigos, faz com que, cada vez mais, um número expressivo de parcela da sociedade, consuma-o de maneira contínua e em bastante excesso.

            Isso por que achamos que drogas são apenas is produtos ilegais como a maconha, a cocaína e o crack. Porém do ponto de vista da saúde, muitas substancias legalmente podem ser igualmente perigosas, como por exemplo o álcool, que é considerado uma droga como as demais.

            Segundo especialistas, as causas que levam adolescentes a experimentar o álcool são várias. Desde a aceitação social, passando pelas propagandas enganosas, até a falta de fiscalização da venda de bebidas.Os jovens de hoje têm muitas dificuldades com limites e a faixa etária do abuso do álcool diminuiu. Há dez anos, o alcoólatra de 4o anos começava a beber aos 17 ou 18 anos. Hoje ,aos 12 ou 13. Isso significa que, daqui a dez anos, teremos alcoólatras graves de apenas, no auge da vida produtiva. Para a coordenadora do UTAD, Juçara Machado Sucar, o problema está na desestruturação da família brasileira e na valorização dos bens materiais, em detrimento das virtudes humanas.

“O capitalismo é o grande vilão. Houve uma inversão de valores e as pessoas passaram a preferir o ter ao ser. Os jovens são as principais vítimas”, disse Juçara Sucar. De acordo com ela, os pais são os primeiros “traficantes” na vida de uma criança. “Geralmente, os pais apresentam aos filhos uma conduta regrada pelo consumo de cigarro ou cerveja. Um comportamento aditivo só tende a ser copiado e considerado normal pelos filhos”, explica.

            As conseqüências sociais do consumo de bebidas alcoólicas por jovens, e sobretudo por adolescentes, são o alto grau de violência que a droga provoca neles, assim como a quantidade de acidentes de trânsito resultante da embriaguez. Mas o principal problema é para a saúde. A cirrose alcoólica do fígado é a sétima causa de morte entre brasileiros com mais de 15 anos.

            Os danos físicos diretos do álcool sobre o cérebro são cientificamente comprovados. Aparte do cérebro mais afetado é geralmente a região responsável pelas funções intelectuais superiores, como raciocínio, capacidade de abstração de conceitos e lógicas. As outras regiões mais acometidas pelo álcool são as áreas envolvidas com a memória e o cerebelo, que é a parte responsável pela coordenação motora.

            Os mesmos estudos identificam uma correspondência entre a quantidade de álcool consumido ao longo do tempo e a extensão dos danos.

            À medida que o alcoolismo avança, as repercussão sobre o corpo se agravam. Os órgãos mais atingidos são: cérebro, trato digestivo, coração, músculos, sangue, glândulas hormonais. 

            A maioria dos casos de pancreatite aguda (75%) são provocadas por alcoolismo. As afecções sobre o fígado podem ir de uma simples degeneração gordurosa a cirrose, que é um processo irreversível.

            Pesquisas feitas em colégios americanos mostram que a melhor prevenção contra o abuso do álcool é a do monitoramento constante dos jovens para não deixar que eles adquiram o hábito de beber demais. A liberalidade dos pais e colégios é um dos fatores que estimulam o abuso do álcool. E o grande trunfo destes educadores nada mais é que o diálogo. Sempre deve existir uma conversa franca sobre o abuso de álcool e os riscos que pode trazer à saúde e à vida de um jovem, para que o seu monitoramento não se torne uma conduta repressora ou policial, mas uma atenção contínua, já que o alcoolismo resulta do hábito continuado de beber.      

 


Tiago Medeiros