APRENDIZ DE JORNALISTA
JORNAL ON LINE LABORATÓRIO UFRN JULHO 2003


PROJETO TRILHAS POTIGUARES:

NÃO HÁ MAIS INTERESSE POR PARTE DOS PROFESSORES DA UFRN EM COORDENAR PROJETOS DE EXTENSÃO ?

      Iniciado no ano 1996 o projeto de extensão Trilhas Potiguares, implementado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) já se fez presente em vários municípios do RN. O projeto busca favorecer a interiorização da Universidade e promover o desenvolvimento sustentável em parceria com os municípios que participam do circuito.

A universidade celebra convênio de um ano com os municípios interessados que será renovado caso haja interesse destes.  Durante o ano uma equipe formada por um professor coordenador e  um grupos de alunos (10 ou 12) permanece dez dias no município desenvolvendo o trabalho, buscando o envolvimento da comunidade. Os recursos financeiros provém da pró-reitoria de extensão e as prefeituras municipais contribuem com a hospedagem, alimentação e R$ 240,00 por equipe.

Nove grandes áreas de interesses são exploradas, focando as  necessidades e potencialidades do município atendido.

 

ÁREAS

OBJETIVOS DO PROJETO

MEIO AMBIENTE

1. Contribuir para o desenvolvimento de uma consciência crítica e ao conhecimento gradativo da relação sociedade/natureza, de forma a levar cada cidadão à identificação e adoção de uma postura responsável perante a problemática ambiental

2.  Buscar alternativas que melhor aproveitem os recursos oferecidos pelo ambiente, preservando o seu equilíbrio, num modelo de desenvolvimento sustentável para a comunidade.

EDUCAÇÃO

1. Sensibilização de professores e estudantes com relação à importância da educação como suporte ao desenvolvimento cultural e sócio-econômico da comunidade.

2. Atualização e requalificação de professores com base no construtivismo e na implantação de educação ambiental e, sobretudo, no desenvolvimento do senso crítico-político do  educador.

3. Produzir materiais didático-pedagógicos que possam vir a dinamizar e incentivar o desenvolvimento das atividades de ensino nas escolas da rede pública dos municípios.

ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA

1. Educar para a cidadania, contribuindo para o resgate da dignidade, da auto-estima e para a consciência dos direitos individuais e coletivos.

2. Estimular o associativismo e o cooperativismo, como forma de exercitar a participação e o envolvimento da população em ações que se desenvolvem em prol da comunidade.

ESPORTE E  LAZER

1. Incentivar a prática desportiva nos municípios, como fator de desenvolvimento motor, moral e social do indivíduo.

2. Viabilizar a socialização e o espírito cooperativo através do convívio e desenvolvimento de atividades em equipe.

TECNOLOGIA E TRABALHO

 1. Criar oportunidades de trabalho associadas à difusão do conhecimento tecnológico, através de projetos que envolvam tecnologias adaptadas.

ARTE E CULTURA

1.Buscar e difundir os valores culturais existentes na comunidade, fonte de expansão do trabalho sócio-pedagógico.

2. Estimular o resgate e preservação da cultura patrimonial, da memória e da história, nas suas múltiplas dimensões, despertando para o sentido da arte como agente de transformação social.

3. Difundir a produção artística e cultural da UFRN.

TURISMO

 

1. Formular propostas para a valorização das potencialidades ambientais, culturais e sociais dos municípios, gerando alternativas aos atuais roteiros e práticas

2. Incentivar a prática do turismo ecológico e científico.

SAÚDE

 

1. Identificar e conhecer os principais problemas de saúde dos municípios.

2. Promover ações de educação em saúde

3. Promover ações multi-profissionais e interdisciplinares para cuidados básicos, articulado com lideranças locais, junto a grupos de risco.

FORMAÇÃO

 

1. Ampliar a mobilização e oferecer subsídios para fortalecer a capacidade organizativa e de interlocução das lideranças comunitárias, junto aos órgãos e setores de políticas públicas municipais, contribuindo para o processo de transformações sociais.

 

A coordenadora  de municípios, Jô Carvalho, indagada sobre as dificuldades  que o projeto enfrenta declarou que essas estão relacionadas a falta de estrutura, de recursos, de planejamento, organização e coordenação, na UFRN.  Diz também  que nos municípios as limitações são de ordem política. Outra dificuldade é a “falta de integração entre as equipes”, segundo a coordenadora. Além disso o projeto não conta com uma sistemática de avaliação de sua eficácia e vai se ajustando  à medida que surgem os problemas.

Para Itamar Nobre, aluno participante do projeto desde seu surgimento, o Trilhas “é uma grande iniciativa, infelizmente pouco aproveitada pelos estudantes." Nobre aponta dois possíveis fatores para isso: deficiências na divulgação junto ao aluna do  e a “falta de maior empenho dos professores da própria universidade em participar como coordenadores desse projeto.” E emenda “ é um grande projeto(...) e a partir da minha participação surgiu a idéia de um projeto de doutorado que estou fazendo agora.”

Na visão de Itamar o projeto cumpre sua missão porque “existe um grupo de funcionários e professores que são dedicados e dentro de suas ações ele executa suas propostas”. 

Por outro lado as próprias prefeituras às vezes interferem e até bloqueiam o trabalho quando consideram ameaçador o fato da população tomar consciência dos problemas e começar a questionar seus direitos. Mas considera que na condição de aluno a maior vantagem do projeto é favorecer a experimentação “errar e ser orientado a praticar e adquirir experiência.”

Se contabiliza falhas o projeto também conta com diversas histórias de sucesso nos municípios de São Paulo do Potengi, Pendências, Venha Ver, São Gonçalo do Amarante e Patu, entre outros.

 

MUNICÍPIOS

TRABALHOS DESENVOLVIDOS

SÃO PAULO DO POTENGI

1.Reestruturação da colônia de pescadores

2.Criação de grupos de jovens

3.Implantação da biblioteca comunitária

4.Implantação do minhocário

5.Implantação da fábrica de vassouras recicladas de garrafas pet

6.Projeto de uma escola de meio ambiente

 PENDÊNCIAS

1.Organização de grupos para “geração de renda”

2.Organização dos artesãos da cidade

3.Programa “Prevenção ao uso de drogas

 VENHA VER

1.Criação da horta comunitária

2.Criação de grupos comunitários

 SÃO GONÇALO DO AMARANTE

1.Programa resgate da cultura local

2.Programa fortalecimento de grupos já existentes

 PATU

1.Descoberta (grupo de estudantes) de um sítio arqueológico em 1997 que foi registrado no Instituto do Patrimônio Histórico do RN

 

É esperar que no rastro dos sucessos apontados caminhe o projeto e que se fortaleça pois iniciativas desse gênero são o melhor caminho para uma real integração entre o meio acadêmico e as  comunidades.

site http://www.trilhas.ufrn.br


Izabel Soares de Brito,  Theresa Christina Barbosa de Medeiros,  Lucas e  Kedma