KARL MARX
Érika Zuza, Luzigrácia Rocha,
Karla Pereira e Janaína Almeida (*).
HISTÓRICO
Quando terminou o secundário em Treves, Marx
se matriculou na Universidade de Bonn, queria estudar jurisprudência. Lá,
descobriu a vida boêmia e esbanjou dinheiro. Na universidade, também, passou a
escrever versos apaixonados para uma amiga de infância, Jenny Von Westphalen,
que viria a se casar, algum tempo depois. As famílias se opuseram, já que seria
um casamento desigual, pois, a jovem possuía alta posição social, no entanto,
nada adiantou.
Cumprindo um desejo do pai, que queria que
terminasse os estudos antes do casamento, matriculou-se na Universidade de
Berlim. Afastou-se do Direito e se aproximou da História e da Filosofia.
O jovem Marx participou diretamente das
discussões e dos trabalhos do grupo de Berlim até 1841, período em que voltou a
Treves. Levava consigo textos inacabados, abrangendo vários estudos como a
crítica da escola histórica do Direito, análise da arte cristã entre outros.
Abandonou a carreira de advogado para tentar conseguir uma cátedra
universitária.
Marx não
conseguiu abraçar a carreira universitária em Bonn, procurou uma universidade
menor e neutra, doutorou-se então por Iena. Marx enviou um artigo, na época,
para a revista Anedota, publicada por Ruge, contra a censura na imprensa, passou
a colaborar, também, com a Gazeta Renana, órgão liberal publicado em Colônia.
Marx passa então a se preocupar com problemas políticos e sociais. Pouco a
pouco, o que para Marx parecia dever ser uma revolução política, reclamando uma
reorganização do Estado, transformou-se na idéia de uma revolução social, que
deveria modificar a própria estrutura da sociedade como um todo.
O namoro da burguesia liberal com a esquerda
hegeliana durou pouco. A crítica social –democrata desenvolvida por Marx, o
socialismo utópico de Moses Hess, afastaram os leitores da Gazeta Renana, que
foi fechada pelo governo. Marx acabou emigrando para a França.
A esquerda hegeliana resolveu então publicar
uma revista no exílio que se chamaria “Anais-Franco-Alemães”. Ela não passou do
primeiro número duplo, Marx colaborou com dois trabalhos: Introdução a uma
crítica da Filosofia do Direito de Hegel e a Questão judaica. Nesse único dos
“Anais Franco-Alemães”, foi publicado um artigo de Frederick Engels que marcou
uma virada no pensamento de Marx. Ele faria da Economia Política, seu principal
objeto de estudo. Do mesmo modo que Engels, Marx partiu da idéia feuerbachiana
do homem como um ser genérico, pensando, além do mais, a sociedade civil como
lugar de sua alienação. Esta nasce de uma forma de trabalho a que o sistema de produção, orientado
para a posse e para o mercado, submete o trabalhador. O homem produz, apenas,
para ter o produto do seu trabalho a fim de trocá-lo por outro. E aí, com a
deslealdade do comércio, todos acabam se alienando. Contudo, discorda de
Feuerbach na teoria de que a religião era conseqüência,e não causa, da alienação
do homem através da exploração e das lutas de classe, que só poderia ser
resolvido com a ascensão do proletariado ao poder.
Para Marx, o Estado Alemão da sua época
representava o passado dos povos modernos e a luta contra sua opressão
assinalaria o esforço de livrar a humanidade de todos os laços que a alienam. Um
de seus pensamentos é de que toda crítica permanece inócua se não atinge a raiz
do próprio homem, enquanto ser concreto e a sociedade no qual vive e se
manifesta.
A coincidência de perspectivas e de
resultados uniu Marx e Engels a um trabalho comum. Fizeram : “A Sagrada
Família”, no qual, o subtítulo é: “Crítica de uma Crítica Crítica”. Eles
preconizavam um amplo entrosamento da teoria com os proletários, pois, diziam,
nada é mais ridículo do que uma idéia isolada de interesses concretos. O livro
ainda não havia sido publicado, quando Marx foi expulso do território francês,
em fevereiro de 1845. Refugiou-se, em Bruxelas, e o motivo da expulsão foi um
artigo escrito para Vorwaerts que tratava sobre a greve dos tecelões da
Silésia.
O governo prussiano aproveitou-se disso para pressionar o governo Francês para
fechar a revista e perseguir seus redatores.
No exílio, Marx e Engels redigiram “Ideologia Alemã” e, lá, Marx continuou
a se preocupar com a política. Participou da “ Liga dos Comunistas” e foi para
um congresso da Liga que ele e Engels prepararam: o “Manifesto Comunista”. Essa
obra insiste na necessidade de substituir o programa contra a propriedade
privada, em geral, pelo projeto da apropriação coletiva dos meios de produção
capitalista, quanto a fonte de alienação do homem que vive numa sociedade desse
tipo.
No ano de 1848, Marx desenvolveu intensa
atividade. O rei Leopoldo da Bélgica respondia à agitação popular, dissolvendo
todo tipo de agitação operária e perseguindo os exilados que, lá, estavam. Marx
retornou a Paris. A Liga, no entanto, dissolveu-se e Marx fundou a “Nova Gazeta
Renana”. Viu-se obrigado a procurar novo exílio, devido à vitória de seus
adversários. Fixou-se, definitivamente em Londres.
Escreveu “O 18 Brumário de Luís Bonaparte” em 1852, que era uma forma de resolver seus problemas financeiros. Tratando de um assunto atual, ele esperava ganhar algum dinheiro. Por oito anos, colaborou com dois artigos semanais, no “New York Tribune”. Em 1859, ficou pronto o texto: “Para a Crítica da economia Política” e em 1867, foi publicado “O Capital”. Marx escreveu para si próprio uma enorme quantidade de textos, hoje, reunidos em grande parte nos “Esboços da Crítica da Economia Política” e “Teorias sobre a Mais-Valia”, sendo que este último deveria constituir o quarto volume de “O Capital”.
Quando se estabeleceu, em Londres, que Marx
entrou em contato com as teorias de Adam Smith e David Ricardo. Divergindo deles
na teoria da evolução do sistema da economia inglesa, devido ao diferente
contexto filosófico e objetivo científico – diferentes problemas para resolver –
fazendo adotar um enfoque metodológico distinto para a economia política. Ele percebeu que os
economistas ingleses se detiam às riquezas das nações, usando como premissas, as
análises da sociedade da época. Por isso, aprofundou seu estudo relacionando,
explicitamente a sua economia ao quadro referencial mais amplo de seu pensamento
filosófico, social e político. Naturalmente, achou a análise de Ricardo,
particularmente, útil, pois, Ricardo ao se concentrar na questão da distribuição
do produto nacional total, proporcionou exatamente o ponto de partida correto
para o problema econômico central de Marx – as origens do excedente, usado na
revolução industrial que descobriu Ter origem na pirataria, nas cruzadas,
escravidão, colonização e expropriação da terra camponesa, que, embora, visasse,
inicialmente, apenas, o lucro imediato dos latifundiários, teve sua conseqüência
refletida na industrialização inglesa.
TEORIA
As teorias de Marx são muitas, contudo,
explicaremos as principais: M-D-M, D-M-D*, D-D*; Mais-valia; Valor social;
Exército de trabalhadores, Trabalhador vivo X trabalhador morto. Após
descobrir a origem do capital, Marx dedicou-se a estudar as fases do
capitalismo. Este teve seu primeiro momento no que Marx denominou de M-D-M, ou seja, quando um indivíduo
troca uma mercadoria por dinheiro e o usa para adquirir uma outra mercadoria
necessária para a sua subsistência, não visando ao lucro. A Segunda fase é a
do D-M-D*, na qual consiste no investimento
em dinheiro do indivíduo numa mercadoria ou produção, com o intuito de vendê-la
por um preço mais alto, visa ao lucro. A terceira fase é a D-D* que trata da especulação, quando um
indivíduo de posse de seu excedente passa a emprestá-lo a juros, visando um
lucro maior. Nesta fase, ele alerta para o crescimento do mercado especulativo
em detrimento do produtivo, causando desemprego e insegurança ao próprio
capitalista, já que a especulação depende de fatores externos.
Foi entre a Segunda e terceira fases que
surgiu a mais-valia, consistindo na
exploração do proletariado, pelo capitalista, através das horas de trabalho, na
qual, o operário trabalha o dobro de tempo necessário para pagar o seu salário.
Marx descobriu que uma mercadoria valia o tempo gasto em sua produção, logo, se
um operário da indústria fabril para “cobrir” seu salário precisa trabalhar
quatro horas produzindo 300 peças, ele trabalhará oito e produzirá 600 peças,
pois, as quatro horas a mais e as 300 peças são o lucro do empregador. Vale
lembrar que o salário pago ao trabalhador não é o suficiente para sua evolução
social (moradia, educação, saúde, etc.), mas, o estritamente necessário a sua
sobrevivência e reprodução de mão de obra, como um “combustível”.
No entanto, Marx consegue, neste contexto,
enxergar uma integração social fora e dentro das fábricas, pois na linha de
montagem, a divisão do trabalho – que fora criada para alienar os trabalhadores
fazendo com que não se vissem como produtores de seus trabalhos – propicia uma
interação entre os operários, sem que percebam, ao ponto que se um interrompesse
suas atividades toda a montagem seria prejudicada e que se interrompida ou
atrasada, refletiria na distribuição e no consumo. É nesta integração social que
o alemão vê o suicídio dos capitalistas, ao reunirem, num mesmo ambiente,
pessoas em péssimas condições de trabalho, aumentando o risco de uma
revolta.
Para o Marxista, o que, até aquele momento,
impedia a revolução dos operários era o exército de trabalhadores, ou seja, a
concorrência por vagas na produção que fragmentava a classe operária, ao fazer o
operário ver em seu companheiro, um rival.
“ A abolição das condições da propriedade até agora existente não é algo que distinga e caracterize o comunismo (...) o que distingue o comunismo não é a abolição da propriedade em geral, mas a abolição da propriedade burguesa”
(*) Alunas de Comunicação da UFRN.