OS
“PORQUÊS” DO CARIMBO DE “INSUFICIENTE”
Bruno Rabelo
José Bezerra de Araújo
Kelsy Araújo
Insuficiente! Foi com esse “carimbo” do MEC que o Curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Norte recebeu seus calouros no período 2000.1. Para Téssia Maranhão, vice-Reitora da UFRN, “o insuficiente do MEC teve causas como a baixa titulação do corpo docente, uma infra-estrutura inadequada... e uma necessidade de melhoria no projeto pedagógico”. Márcio Capriglione, jornalista, professor da UFRN e Diretor da TV-U, referindo-se à infra-estrutura, diz que “a parte toda da estrutura aqui não pôde ser computada pela ausência de um projeto pedagógico que alia essa estrutura ao curso... então é uma questão da falta de um projeto pedagógico”. Por sua vez, Evânio Mafra, estudante de comunicação da UFRN e Presidente do Centro Acadêmico, afirma que “a universidade nunca exigiu projeto pedagógico de nenhum curso - vai começar a se preocupar com isso agora”. Duarte Guimarães, professor de Jornalismo Impresso da UFRN, aponta dois problemas: a falta de titulação do quadro docente do curso e de estrutura, principalmente quanto aos laboratórios de jornalismo impresso. “Temos máquinas de escrever, 16 computadores (8 dos quais chegaram ano passado) e dos quais somente três funcionam... porque não vieram com o drive de CD”, afirma ele. E acrescenta: “acho que falta uma sintonia entre o curso e a instituição central”.
Na Plenária realizada dia 24 de março, a professora Tânia Mendes, Chefe do Departamento, disse que a Reitoria cobra constantemente o Projeto Pedagógico. Mas os chefes de departamentos alegam que estão sempre muito cheios e sobra pouco tempo para preparar esse Projeto. Isso demonstra uma falta de discernimento sobre o que é prioritário, nesse momento difícil do Curso. Nessa plenária revela-se a existência de um projeto no valor de R$ 47.000,00 para aquisição de novos computadores, e de um outro, no valor de US$ 320.000,00 para compra de equipamentos, além de cerca de 20 outros, na área de extensão. Mas interpelada sobre o projeto para compra de equipamentos, a vice-Reitora Téssia Maranhão respondeu: “Eu sei que algo está sendo elaborado. Mas esse projeto ainda não foi apresentado à administração”.
Essas informações parecem não responder a todos os “porquês” do insuficiente com que o Curso foi carimbado pelo MEC, mas foram suficientes para descobrir e compreender a existência de um paradoxo: falta comunicação no Curso de Comunicação Social da UFRN.