Estudos de Usuários

Antes do você decidir como escrever uma história para a Web, ela ajudará a entender como as pessoas lêem na Web. "Elas não lêem", diz Jakob Nielsen, destacado engenheiro da Sun Microsystems, que conduziu estudos sobre leitura e escrita na Web. As pessoas são scanners à procura de informação, diz ele.  

Um líder em pesquisa de usabilidade, Nielsen diz que ler na Web é 25% mais difícil por causa da resolução da tela. Isto não significa que o texto deve ser 25% mais curto, escreve ele em sua coluna bimensal no site Web da Sun Microsystems. Ele deve ser 50% mais curto. Seu aviso: matérias para a Web devem ser curtas, simples e escritas no estilo de pirâmida invertida.

Algumas grandes matérias no final de 1997 e início de 1998 indicam que a leitura online pode estar aumentando. Depois da morte da princesa Diana e durante o escândalo envolvendo o Presidente Clinton e uma antiga estagiária da Casa Branca, o uso da Web em sites noticiosos voou alto. Leitores acessaram matérias online sobre esses assuntos em número recorde. 

Se escanearam ou ou se leram até o fim, permanece desconhecido. Sites de noticiário podem medir apenas quantas pessoas acessaram as páginas, não quanto das matérias foram realmente lidas. Mas estudos de Nielsen e outros pesquisadores continuam fornecendo valiosas visões. 

Estudo Escrevendo para a Web   

Nielsen conduziu três estudos de 1994 a 1997 com seu parceiro de pesquisas John Morkes. "Nossos estudos sugerem que redatores Web atuais seguidamente não apoiam usuários na sua maior meta: achar informação útil tão facilmente quanto possível", escreve ele.  

"Nós devemos nos dar conta que conteúdo é o rei na mente do usuário", conclui. "Quando uma página aparece, os usuários focam sua atenção no centro da janela onde ele vêem o corpo do texto antes de dar-se ao trabalho de olhar para a barra de cabeçalho ou outro elemento navegacional".  

Em seu estudo, "Como escrever para a Web", conduzido em 1997, ele testou quatro modelos de escrita.   texto promocional usando adjetivos e "marquetês" encontrado em muitos sites comerciais. Texto conciso com metade das palavras encontradas no modelo promocional.  Leiaute escaneavel, usando bullets [bolinhas marcando o início das linhas]  Linguagem objetiva, eliminando adjetivos O texto conciso foi o mais popular, seguido pelo modelo escaneável com bullets e pelo modelo de linguagem objetiva. Nenhum dos sujeitos do teste escolheu o modelo de texto promocional, com enfraquecida credibilidade.  

Baseado neste estudo, Nielsen sugere estas técnicas para escrita de texto escaneável para a Web: Saliente palavras-chave Subtítulos significativos (não "espertos"). Listas com bolinhas (Elas ajudam os escaners a se moverem através da informação).  Uma idéia por parágrafo.  Estilo de pirâmide invertida.  Metade da quantidade de texto (ou menos) do que a escrita convencional.

O último estudo foi um dos primeiros a testas diferentes estilos de escrita, e seus resultados são significativos. Mas ele deve ser visto com precaução pelos redatores de notícias online. Os 41 usuários no estudo foram testados por sua facilidade na procura por informação, lembrança e satisfação subjetiva. Mas o teste apenas envolveu diferentes versões de uma história sobre atrações turísticas em Nebraska. E, como os pesquisadores notaram, conteúdo continua sendo o maior fator de legibilidade. Outros estilos de notícias podem ser também eficazes, como o relatório do Poynter irá mostrar. 

A Fórmula para Medir Legibilidade  

Outro estudo da User Interface Engineering, uma firma de consultoria de Massachusetts, testou nove sites para uma variedade de fatores de design quew influenciam a facilidade de uso. Como parte do estudo, Jared M. Spool e outros pesquisadores usaram fórmulas para calcular legibilidade, tais como o Índice Gunning Fog. Esta ferramenta mede a legibilidade baseada na média do número de palavras, sentenças e sílabas. 

Os pesquisadores descobriram que usuários encontram informação melhor em textos online que contenham poucas conjunções e que careçam de estruturas gramaticais normais. O estudo presumiu que usuários leram superficialmente o texto à procura de informação, não lendo-o completamente. Eles descobriram que escrever para a Web pode requerer sentenças curtas com palavras simples. [O que se poderia chamar de "texto Hommer Simpson" (:) ]

"Desde que todos os elementos numa tela estão competindo pela atenção do usuário, faz sentido que as palavras extras que nós normalmenteusamos para completar uma sentença possam estar no caminho das palavras significativas do texto", concluem os pesquisadores.  

Links embutidos cercados por texto foram outro estorvo para a legibilidade. Os pesquisadores descobriram que links dentro de uma sentença dificultam ao leitores encontrarem informações. Leitores que passam os olhos tendem a olhar para links. Se os links estiverem enterrados no texto, isto diminui o progresso e é mais difícil de entender, diz o estudo.  

Nos primeiros estudos dos pesquisadores Jakob Nielsen e John Morkes, a maioria dos usuários preferiu clicar em vez de rolar a tela para ver a informação. No seu estudo de 1997 sobre redação para a web, eles averiguaram que leitores estão mais receptivos a rolar que no passado, se o conteúdo lhes interessa. 

Pesquisadores em um estudo da User Interface Engineering, uma firma de consultoria em usabilidade e design online, chegou a esta mesma conclusão. 

Estudo Sobre Clicar versus Rolar

Meus próprios estudos com estudantes de jornalismo revelaram descobertas semelhantes. Em um teste não científico em 1997, estudantes eram chamados a ler duas histórias na Web. Uma era um excerto de "O poço e o pêndulo", de Edgar Allan Poe, com um elemento de suspense ao fim da primeira tela. Aos estudantes foram dadas as opções de clicar ou rolar ao próximo ponto. De 31 estudantes, 19 preferiram rolar; 12 preferiram clicar. 

A segunda seleção foi uma história policial, também escrita em forma de narrativa com um elemento de suspense no meio onde os estudantes podiam clicar ou rolar. Os estudantes foram igualmente divididos entre clicar versus rolar o texto; sete rolaram, oito clicaram.  

Em ambos os experimentos, praticamente todos os estudantes escaneiam quando lêem textos na Web, em vez de ler as histórias completamente.  Seus comentários foram mais reveladores. 

Aqueles que preferiram blocos de texto com links para clicar para a próxima parte: 

"Eu pareço perder meu ponto quando e  rolo".

"Clicar é uma coisa mais ativa. Eu pareçoi mais engajado".

"Rolar cansa seus olhos porque você tem que prestar atenção ao movimentos das linhas de forma a não rolar demais".

Aqueles que preferiram rolar: 

"Eu odeio esperar a próxima página carregar".

"Eu sou um rolador porque eu gosto de Ter tudo em uma página, e é fácil mover para cima e para baixo com o rolador. Eu gosto de clicar quando o assunto é diferente".

"Em caso de eu querer reler um pouquinho acima, o ponto continua na tela. Eu quero mantê-la na minha própria velocidade, e é fácil me localizar".

"[Rolar] parece menos intrusivo. Rolar não perturba pela sucessão de idéias". ."

Se existe uma conclusão para redatores na web, é que, se o conteúdo vale a pena ser lido, usuários Web irão clicar ou rolar para tê-lo. Mas a maioria irá escaneá-lo e imprimí-lo se ele quiser lê-lo completamente. . 

Estudo do Movimento do Olhos  

No início dos anos 1990, o The Poynter Institute for Media Studies conduziu testes científicos usando o equipamento Eye-Tracking® para ver como as pessoas lêem jornais. O estudo, Eyes on the News, de Mario Garcia e Pegie Stark Adam, também concluiu que muitos leitores são escaners. 

Ainda que ele tenha sido primariamente apontado para testar o impacto da cor e de gráficos em jornais, o estudo descobriu que apenas 25% dos leitores testados começam a ler os textos e apenas 12% lê as matérias completamente. Estas descobertas para leitores de jornais são ainda mais significativas para leitores online. 

Garcia, autor de Redesigning Print for the Web  (Redesenhando Jornais para a Web) agora se concentra em consultoria para sites de notícias online. A Web é obviamente ideal para scanners, diz ele. O tempo médio gasto lendo na Web é de sete minutos, comparado a 20 minutos para leitura de jornais impressos. 

"Pessoas que a usam são altamente educados, diz ele. "Elas procuram quantidades de informações. Todas as evidências dos grupos em foco mostram que links em palavras tendem a ser mais efetivos que ícones em fazer as pessoas clicarem. Bom texto é crucial. Nós necessitamos de títulos que convidem a clicar. Nós vamos necessitar das melhores pessoas de palavras do mundo. A arte de escrever está de volta".  

Um Estudo de Teaser

Títulos e sumários que introduzem histórias Web são escritos depois do redator submeter a matéria. Mas eles são o primeiro passo para atrair leitores.  William Blundell, antigo redator de destaques para o Wall Street Journal, descreveu o primeiro estágio da criação de uma história assim: "Mexa comigo, seu demônio. Intrigue-me um pouco. Dê-me uma razão para ir adiante em sua história em vez de fazer outra coisa. Lembre-se, eu não tenho investimento em você".

Ele escreveu este aviso em 1986 em um livro, Storytelling, Step by Step (Contar histórias, Passo a Passo), como um guia para redatores de matérias de destaque de jornais. Seu aviso é ainda mais aplicável para a Web. Mas títulos e teasers sumários para matérias na Web seguidamente contam tanto a respeito da matéria que dão ao leitor poucas razões para clicar nela. 

Se o leitor clica, espera repetições. Ainda que faça sentido repetir o título na página da matéria de forma que o leitor saiba que acessou a história correta, muitos subtítulos na página principal meramente duplicam o lide da história.  Se muitos leitores de Web são escanners e nós estamos competindo pela sua média de sete minutos de tempo de leitura online, devemos pedir a eles para lerem a mesma informação duas ou três vezes? 

Um estudo não científico do efeito, na legibilidade, do estilo de escrita de títulos, subtítulos e lides da Web revelou resultados conflitantes. Ainda que a maioria dos respondentes no estudo tenham dito que os incomoda ler lides que foram repetidos no título e no subtítulo, a repetição não influencia o fato de lerem ou não a matéria. Nem o faz o estilo. Conteúdo é o maior determinante. 

Conclusão

Conteúdo é o maior fator em seduzir leitores.  Subtítulos curtos funcionam melhor que aqueles detalhados com muitos parágrafos. Subtítulos que não repetem o lide são preferíveis porque os leitores irão pular lide repetidos. Esta pesquisa não científica deve ser vista apenas como um ponto de partida para considerar onde devem ser usados repetições, sumários ou subtítulos teasers. Um estudo científico mais minucioso será necessário para uma conclusão mais definitiva.  

Introdução Interatividade Usabilidade Formas